São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Outros casos envolvem autor

DA REPORTAGEM LOCAL

A controvérsia a respeito das inspirações de Tom Jobim não é inédita. Ciclicamente, autores como Frédéric Chopin e Irving Berlin são apontados como "parceiros" dos compassos de Jobim, em canções como "Samba de Uma Nota Só" (60), "Sabiá" (68) e outras.
"Não são plágios, acho que ele nem fazia isso de má-fé ou de forma consciente. Tom Jobim era uma barriga de aluguel, como uma mulher que empresta o útero e tem um bebê lindo. Era um pobre coitado sem inspiração", exagera José Ramos Tinhorão.
"Boto" (76), canção de Tom assinada em inesperada parceria com o popular Jararaca (da dupla com Ratinho), tem origem na anterior "No Pilar", composta nos anos 30 só por Jararaca.
"Matita Perê" (73), o mesmo disco de Tom que inclui "Águas de Março", registra outro caso controverso. A canção "Nuvens Douradas", que encerra o LP, foi colocada sob suspeição de ser plágio de "Prece", de Vadico e Marino Pinto (este parceiro de Tom nos anos pré-bossa nova).
A viúva de Marino ameaçou processo, e, desde então, Tom nunca mais executou "Nuvens Douradas" publicamente.
Outro caso envolve o parceiro de bossa João Donato e uma compositora evangélica, Tita. Donato e Paulo Jobim, filho de Tom, fizeram arranjos para um obscuro disco religioso da artista, e compassos dali reapareceram, mais tarde, na canção "Anos Dourados" (86), parceria de Tom com Chico Buarque. (LR e PAS)


Texto Anterior: Tiroteio
Próximo Texto: Internet: "Águas de Março" vence em pesquisa on-line
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.