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Outros casos envolvem autor
DA REPORTAGEM LOCAL
A controvérsia a respeito das
inspirações de Tom Jobim não é
inédita. Ciclicamente, autores como Frédéric Chopin e Irving Berlin são apontados como "parceiros" dos compassos de Jobim, em
canções como "Samba de Uma
Nota Só" (60), "Sabiá" (68) e outras.
"Não são plágios, acho que ele
nem fazia isso de má-fé ou de forma consciente. Tom Jobim era
uma barriga de aluguel, como
uma mulher que empresta o útero
e tem um bebê lindo. Era um pobre coitado sem inspiração", exagera José Ramos Tinhorão.
"Boto" (76), canção de Tom assinada em inesperada parceria
com o popular Jararaca (da dupla
com Ratinho), tem origem na anterior "No Pilar", composta nos
anos 30 só por Jararaca.
"Matita Perê" (73), o mesmo
disco de Tom que inclui "Águas
de Março", registra outro caso
controverso. A canção "Nuvens
Douradas", que encerra o LP, foi
colocada sob suspeição de ser plágio de "Prece", de Vadico e Marino Pinto (este parceiro de Tom
nos anos pré-bossa nova).
A viúva de Marino ameaçou
processo, e, desde então, Tom
nunca mais executou "Nuvens
Douradas" publicamente.
Outro caso envolve o parceiro
de bossa João Donato e uma compositora evangélica, Tita. Donato
e Paulo Jobim, filho de Tom, fizeram arranjos para um obscuro
disco religioso da artista, e compassos dali reapareceram, mais
tarde, na canção "Anos Dourados" (86), parceria de Tom com
Chico Buarque.
(LR e PAS)
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