São Paulo, sexta-feira, 25 de maio de 2001

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CINEMA

Filme orçado em US$ 140 milhões teve première em porta-aviões

Americanos passam a respirar "Pearl Harbor"

MILLY LACOMBE
FREE LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Quando os mais de 200 aviões japoneses invadem o porto e o bombardeio finalmente começa, depois de uma hora e meia de projeção, tudo está perdoado. São 40 minutos de cenas impressionantemente realistas, imagens tão fortes e comoventes que farão você esquecer que há pouco tempo a tela era domínio de uma história de amor sem sal ou apelo.
É "Pearl Harbor", o tão aguardado filme de US$ 140 milhões, que, antes mesmo de estrear, invadiu a rotina dos americanos que não podem ligar a TV, o rádio ou dirigir pelas ruas sem se deparar com a vasta campanha promocional. Some-se a isso o fato do ataque-surpresa japonês ao porto havaiano na manhã de 7 de dezembro de 1941 ser assunto em documentários da emissora estatal americana, especial no National Geografic Channel e pauta em dezenas de revistas.
Dessa vez, não há como fugir da fúria cinematográfica de Jerry Bruckheimer e Michael Bay, produtor e diretor, que não deixaram a Disney desistir do projeto originalmente orçado em US$ 208 milhões. Mas eles sabiam que o ataque em si não seria suficiente, por isso o prensaram no meio de um meloso triângulo amoroso.
Tennessee, 1930. É aqui que o filme começa, quando os personagens principais Danny (Josh Hartnett) e Rafe (Ben Affleck) nos são apresentados como amigos de infância. Corta para uma base do Exército em 1941. Danny e Rafe são agora pilotos e estão prestes a se apaixonar pela mesma mulher, a enfermeira Evelyn (Kate Beckinsale). A insípida história de amor é interrompida uma vez pelo bombardeio a Pearl Harbor e, duas vezes, por outro ataque aéreo histórico, dessa vez a Tóquio, executado em 1942 por voluntários do Exército.
A Disney não poupou esforços ou dinheiro para lançar o filme em um bacanal pirotécnico realizado no local onde, há 60 anos, 300 aviões japoneses deram cabo da vida de 3.000 americanos no fato que marcou a entrada dos EUA na Segunda Guerra. A première, para 2.000 pessoas, entre almirantes, coronéis, celebridades hollywoodianas e jornalistas, foi no porta-aviões de US$ 4,5 bilhões USS John C. Stennis, ancorado ali mesmo em Pearl Harbor.


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