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MÚSICA
Banda nova-iorquina se apresentou no evento Música Alimento da Alma, de Natal, que reuniu 28 atrações durante três dias
The Walkmen surpreende em festival
SHIN OLIVA SUZUKI
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
Fez-se valer o ditado "os opostos se atraem": no evento sediado
em uma praiana capital brasileira
conhecida como "cidade do sol",
o brilho maior veio de uma banda
perfeita para os dias chuvosos da
industrial e inglesa Manchester.
No último dia do festival Mada
(Música Alimento da Alma), realizado entre quinta-feira e sábado
passados em Natal para um total
de 24 mil pessoas, o grupo de Nova York The Walkmen surpreendeu com uma grande apresentação de seus dois primeiros discos,
"Everyone Who Pretended to Like Me Is Gone" e "Bows + Arrows". O burburinho em torno da
banda que abriu a última turnê
dos Strokes foi justificado.
Ao vivo, a música do quinteto,
de laços com Joy Division e o U2
dos primeiros tempos, ganhou
mais vigor comparado ao resultado de estúdio. Detalhes de guitarra e teclado são realçados, o vocalista Hamilton Leithauser interpreta seus falsetes à Bono com
energia e o baterista Matt Barrick
faz a diferença; sem sua técnica e,
principalmente, força nas baquetas, as apresentações do grupo
não teriam o mesmo calor.
Tudo isso acabou por se refletir
no público -formado em sua
maioria por adolescentes, que
atenderam à convocação do VJ da
MTV Edgard para a hora do
show-, cuja recepção estava entre o respeitoso e o interessado.
Não foi pouco, dada a obscuridade do trabalho do Walkmen por
aqui. Mas fica a constatação do tecladista Walter Martin após o encerramento: "É verdade. Muita
gente vem falar que nós somos
bem melhores ao vivo".
O festival
De pequeno festival independente no início, em sua sexta edição o Mada fez a sua transição para se tornar um evento de maior
porte, mudando de local -a arena do Imirá, na Via Costeira de
Natal-, mas mantendo uma boa
estrutura de dois palcos, um ao lado do outro.
Atrasos foram mínimos, o som
não teve problemas e o público
não enfrentou tumultos.
O prato principal da programação, feito com medalhões (Lulu
Santos e Jorge Ben Jor) e bandas
de apelo para os mais jovens (O
Rappa e Marcelo D2), teve apresentações não mais que corretas,
porém sem deixar de satisfazer
quem compareceu.
Entre as bandas independentes,
a cena potiguar, a que mais alimentou esse segmento e foi representada por nomes como Uskaravelho, Allface, The Automatics,
mostrou cara própria, com distanciamento dos ritmos regionais
e produção de variados gêneros
(há hardcore, hip hop, nu metal),
mas ainda necessita evoluir nas
composições.
E quem acabou sobressaindo
foram os vizinhos: a paraibana
Chico Correia Electronic Band
trouxe uma excelente mistura de
jazz e eletrônico com toques do
popular-regional. A receita, que
apresenta um certo cansaço, não
soou desgastada, muito ajudada
pela economia e substância musical de cada integrante e a afinação
da cantora Larissa Montenegro.
O jornalista Shin Oliva Suzuki viajou a
convite da organização do festival Mada
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