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Escola da companhia tem alunos de SP
DA ENVIADA ESPECIAL A PARIS E BRUXELAS
As apresentações do grupo
Rosas no Brasil, que integram a
Série Antares Dança 2002, trazem um elenco renovado, que
já conta com bailarinos formados na escola P.A.R.T.S, dirigida por Anne Teresa de Keersmaeker na área industrial de
Bruxelas.
Em uma casa rodeada de verde, onde já funcionou uma lavanderia, alunos vindos de diversos países, inclusive o Brasil,
perseguem um ideal lançado
por Maurice Béjart e agora cultivado, com parâmetros próprios, por Keersmaeker. Como
o antigo Mudra, P.A.R.T.S procura formar artistas completos,
conscientes da tradição, mas
capazes de expressar o mundo
contemporâneo.
"Nosso currículo inclui extremos. Vai do balé clássico à dança pós-moderna", diz Theo
Van Rompay, vice-diretor da
P.A.R.T.S. Entre aulas práticas
e teóricas, a escola também ensina teatro, música, técnicas de
consciência corporal como ioga e tai-chi-chuan, além de disciplinas como história e sociologia.
Identidade artística
Segundo Rompay, a proposta
da escola é oferecer ao aluno
um amplo espectro de referências, em um ambiente onde ele
possa desenvolver sua própria
identidade artística, seja como
bailarino ou coreógrafo.
Entre os cerca de 60 alunos
que hoje frequentam a escola
encontram-se dois paulistas:
Cristian Duarte e Vânia Vaneau.
Duarte, que está terminando
o curso, já conquistou a admiração de Rompay, que se refere
com entusiasmo ao talento do
brasileiro.
"O que realmente valeu a pena na escola foi a oportunidade
de pesquisar meu próprio trabalho, sob a orientação de professores", diz Duarte. Como
trabalho de fim de curso, ele
criou uma coreografia que,
com apoio da P.A.R.T.S., foi
apresentada com sucesso em
várias cidades belgas e que, se
depender de Duarte, deverá ser
vista em palcos brasileiros no
próximo semestre.
Como Duarte, Vânia Vaneau
também aprecia as múltiplas
possibilidades que a escola belga proporciona. Filha da coreógrafa Célia Gouvea e do diretor
teatral Maurice Vaneau, ela foi
selecionada pela P.A.R.T.S. numa audição em Paris.
Para bolsos brasileiros, a manutenção financeira da escola
belga não é das mais fáceis. Mediante a taxa anual de 2.500 euros (cerca de R$ 6.500), o aluno
conta com aulas em período integral e alimentação no restaurante da instituição. "Moradia
fica por conta do estudante",
acrescenta Rompay.
Com a fundação da
P.A.R.T.S., a tendência do grupo Rosas é valer-se de bailarinos formados na escola. No entanto, Keersmaeker afirma que
essa não deve ser a finalidade
dos estudantes. "Elenco e escola trabalham com independência, embora um estimule o outro."
(AFP)
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