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JVC JAZZ FESTIVAL
Gal faz baile carnavalesco em NY
CARLOS CALADO
especial para a Folha
A derrota da seleção verde-amarela na Copa não diminuiu a animação dos brasileiros radicados
em Nova York. Pelo menos foi o
que centenas deles demonstraram
poucas horas após a partida, durante o show de Gal Costa, no JVC
Jazz Festival.
Até algumas camisetas da seleção brasileira foram vistas na platéia. O imponente Avery Fisher
Hall acabou virando salão de baile
carnavalesco, quando Gal relembrou as dançantes "Festa do Interior" e "Balancê", músicas que
foram escolhidas para o bis de sua
apresentação.
Apesar de ter sido anunciado como "Gal Costa and Friends", o
show exibido pela cantora em Nova York não contou com convidados especiais.
Basicamente, foi o mesmo que
vem rodando o Brasil durante os
últimos meses.
A diferença é que Gal estava em
uma noite especial. Combinando
magnetismo e sensualidade com
sua voz privilegiada, dominou
completamente a platéia durante
uma hora e meia.
Gritos de "maravilhosa", em
vários momentos, deram a medida do carisma da cantora.
Sorrindo e imitando os trejeitos
de Carmem Miranda, Gal abriu o
show com o clássico samba
"Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso), seguido por "Falsa Baiana"
(de Geraldo Pereira).
Bastavam duas ou três palavras
de cada novo número para que a
platéia explodisse em aplausos e
assobios.
Em sucessos como "Que Pena",
"Você Não Entende Nada" e
"Barato Total", os mais animados
formaram um coro para acompanhar a cantora.
Não faltou também a declarada
homenagem ao compositor Tom
Jobim, que Gal fez questão de
anunciar em inglês: uma versão
emocionada da canção "Dindi",
devidamente seguida por "A Felicidade" e "Corcovado".
Menos conhecida pelo público
nova-iorquino, "Vapor Barato"
(de Jards Macalé e Waly Salomão)
fechou o show com um efeito surpreendente.
Depois de ouvi-la, em absoluto
silêncio, toda a platéia levantou-se
para aplaudir.
Interpretada por Gal em inglês
irrepreensível, "London, London" (de Caetano Veloso) também soou especial para os norte-americanos presentes no Avery Fisher Hall.
Por alguns minutos, tiveram a
rara chance de ouvir uma grande
intérprete brasileira, entendendo
o que ela cantava.
O jornalista
Carlos Calado viajou a convite da
JVC do Brasil e da United Airlines.
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