São Paulo, quinta, 25 de junho de 1998

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JVC JAZZ FESTIVAL
Gal faz baile carnavalesco em NY

CARLOS CALADO
especial para a Folha

A derrota da seleção verde-amarela na Copa não diminuiu a animação dos brasileiros radicados em Nova York. Pelo menos foi o que centenas deles demonstraram poucas horas após a partida, durante o show de Gal Costa, no JVC Jazz Festival.
Até algumas camisetas da seleção brasileira foram vistas na platéia. O imponente Avery Fisher Hall acabou virando salão de baile carnavalesco, quando Gal relembrou as dançantes "Festa do Interior" e "Balancê", músicas que foram escolhidas para o bis de sua apresentação.
Apesar de ter sido anunciado como "Gal Costa and Friends", o show exibido pela cantora em Nova York não contou com convidados especiais.
Basicamente, foi o mesmo que vem rodando o Brasil durante os últimos meses.
A diferença é que Gal estava em uma noite especial. Combinando magnetismo e sensualidade com sua voz privilegiada, dominou completamente a platéia durante uma hora e meia.
Gritos de "maravilhosa", em vários momentos, deram a medida do carisma da cantora.
Sorrindo e imitando os trejeitos de Carmem Miranda, Gal abriu o show com o clássico samba "Aquarela do Brasil" (de Ary Barroso), seguido por "Falsa Baiana" (de Geraldo Pereira).
Bastavam duas ou três palavras de cada novo número para que a platéia explodisse em aplausos e assobios.
Em sucessos como "Que Pena", "Você Não Entende Nada" e "Barato Total", os mais animados formaram um coro para acompanhar a cantora.
Não faltou também a declarada homenagem ao compositor Tom Jobim, que Gal fez questão de anunciar em inglês: uma versão emocionada da canção "Dindi", devidamente seguida por "A Felicidade" e "Corcovado".
Menos conhecida pelo público nova-iorquino, "Vapor Barato" (de Jards Macalé e Waly Salomão) fechou o show com um efeito surpreendente.
Depois de ouvi-la, em absoluto silêncio, toda a platéia levantou-se para aplaudir.
Interpretada por Gal em inglês irrepreensível, "London, London" (de Caetano Veloso) também soou especial para os norte-americanos presentes no Avery Fisher Hall.
Por alguns minutos, tiveram a rara chance de ouvir uma grande intérprete brasileira, entendendo o que ela cantava.


O jornalista Carlos Calado viajou a convite da JVC do Brasil e da United Airlines.



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