São Paulo, quarta-feira, 25 de julho de 2001

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LIVRO

Com texto e fotos, "Sala São Paulo - Café, Ferrovia e a Metrópole" reconta crescimento da cidade a partir da estação

Júlio Prestes inspira recorte histórico de SP

Fotos Reprodução do livro "Sala São Paulo - Café, Ferrovia e a Metrópole"
Imagem de Iatã Cannabrava no ensaio sobre a construção da Sala São Paulo, entre 1997 e 1999


VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na imagem de um operário que carrega uma barra de ferro no ombro, envolto em correntes, o fotógrafo Iatã Cannabrava, 38, busca a síntese do ensaio que apresenta no livro "Sala São Paulo - Café, Ferrovia e a Metrópole": "Pode-se ouvir hoje um concerto em silêncio porque alguém carregou com muito barulho uma grande barra de ferro", afirma.
As fotos de Cannabrava ocupam sobretudo a parte final da obra que ganha lançamento hoje na Sala São Paulo, com concerto da orquestra de violoncelos Cello in Sampa.
Com formato grande (29 cm x 31 cm), o livro traz um recorte social e econômico da cidade a partir de um dos seus monumentos que mais simbolizaram a riqueza e, consequentemente, os contrastes em seu entorno: a estação Júlio Prestes, inaugurada em 1938 como estação inicial da Estrada de Ferro Sorocabana.
O arquiteto Christiano Stockler das Neves é autor do projeto cuja construção arrastou-se por 12 anos, entre 1926 e 1938, sob os efeitos da crise econômica mundial de 1929.
Neves lutou pela preservação do projeto original, mas este sofreu adaptações por problemas de verba. Seis décadas depois, foi um desvio da concepção arquitetônica original (um pátio interno permaneceu vazio esse tempo todo) que permitiu a construção da Sala São Paulo, entregue pelo governo do Estado há dois anos.
"A partir do prédio, o livro conta a história de São Paulo, como ela virou o que é hoje, o vigor econômico construído desde os anos 20, com a expansão do café e da ferrovia", diz o historiador e publicitário José Roberto Walker, 47, responsável pela coordenação editorial.
Segundo ele, o porto de Santos e o caminho da serra do Mar também desenvolveram papéis coadjuvantes fundamentais nessa história e mereceram contextualização. Pesquisas e textos ficaram a cargo de Pedro José Braz.
A publicação do livro custou cerca de R$ 150 mil, com patrocínio da Acciona, Ford, Spenco e apoio da Secretaria de Estado da Cultura.


SALA SÃO PAULO - CAFÉ, FERROVIA E A METRÓPOLE - Pesquisas e textos: Pedro José Braz. Editora: Arquivo do Estado/Secretaria de Estado da Cultura. Quanto: R$ 69; hoje, no concerto, R$ 35, com renda para o Fundo Social de Solidariedade (232 págs.). Lançamento: hoje, às 20h30, com um concerto da orquestra Cello in Sampa. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nš, tel. 0/xx/ 11/3337-5414). Quanto: entrada franca.



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