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CDs
Instrumental
Carta de Pedra
ZÉ NOGUEIRA
Gravadora: MP,B; Quanto: R$ 24, em média;
Avaliação: ótimo
Se há alguém que sabe o que fazer com
o sax soprano -instrumento agudo e
perigoso, que serve tanto a John Coltrane quanto a Kenny G-, é Zé Nogueira. Aqui, tocando só Guinga, ele está em casa, pois conhece profundamente a obra do genial carioca, sendo até o alvo de "Choro pro Zé" (presente no CD). À frente de um quinteto de feras e se valendo de liberdades jazzísticas, ele recria temas
("Exasperada", "Sargento Escobar"), apresenta quatro inéditas (como
o blues "Pisando em Falso" e "Choro na Noite") e ilumina o mundo de
possibilidades que há nas valsas do compositor ("Carta de Pedra",
"Constance", "Cine Baronesa").
POR QUE OUVIR: O disco tem o que a obra de Guinga tem: tradição e
invenção, unidade e diversidade, razão e emoção.
(LFV)
Erudito
J.S. Bach - 3 Suites for
Violoncello Solo
DIMOS GOUDAROULIS
Gravadora: Tratore; Quanto: R$ 26,80;
Avaliação: ótimo
Radicado no Brasil há 12 anos, o grego
Dimos Goudaroulis, 38, é um músico de
versatilidade desconcertante, sendo capaz de executar, com igual desenvoltura e senso de estilo, tanto o repertório barroco quanto música
contemporânea e popular. Dedilhando um instrumento "de época", ele
aqui oferece uma leitura arrojada e inovadora das três primeiras suítes
para violoncelo solo de J.S.Bach, empregando as articulações e arcadas
do manuscrito de Anna Magdalena Bach, mulher do compositor.
POR QUE OUVIR: Vigor, convicção, excelência técnica e qualidade
sonora superlativa tornam o CD obrigatório mesmo para quem já
tem outras gravações destas obras.
(IRINEU FRANCO PERPETUO)
Rock
Weezer (Red Album)
WEEZER
Gravadora: Universal; Quanto: R$ 27, em média;
Avaliação: regular
Banda "nerd" por excelência, o Weezer,
desde 1994, segue aplicadamente uma
fórmula que inclui riffs de guitarra e
melodias grudentas (como se fosse um Kiss "do bem", sem máscaras)
aliadas a letras irônicas e cheias de referências ao mundo pop. Mas o líder, Rivers Cuomo, agora tem quase 40 anos e começa a se lembrar do
passado com uma nostalgia mais forte que a habitual. Esse passo para
trás aliado a uma vontade de manter um olhar astuto sobre o presente
resulta num álbum irregular, ainda sem coragem de mudanças radicais. Pequenas ousadias, no entanto surgem, a mais notável sendo
"The Greatest Man that Ever Lived (Variations on a Shaker Hymn)",
que tem um quê de rap, e a funkeada "Everybody Gets Dangerous".
POR QUE OUVIR: O Weezer continua um hábil artesão pop, como
mostra "Porks and Beans" -não deixe de ver o clipe, que reúne as
principais celebridades do YouTube.
(BRUNO YUTAKA SAITO)
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