São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011

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CRÍTICA BLACK

George Clinton faz 70 em plena forma

Mestre do funk comemorou no palco, em show marcado pela extravagância e pelo som perfeito

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Talvez se você já conhecesse algum dos discos de suas clássicas bandas Parliament ou Funkadelic ou tivesse lido sua autodescrição como "guarda de trânsito" no palco entre mais de 20 músicos, poderia se considerar preparado para um show de George Clinton em sua apoteose.
Mas a nave-mãe pousou com estilo extra na madrugada da última sexta-feira, apresentação do mestre funk dentro de festival "black" - de saída especial por ser a comemoração em pleno palco dos 70 anos de Clinton.
Recepcionado pelos rappers Flavor Flav e Chuck D, da banda Public Enemy, que apareceram de surpresa para participação logo no início do show, George Clinton entrou no palco de quepe de piloto, orquestrando a balbúrdia dançante no meio de um guitarrista mascarado, uma vocalista patinadora, entre outros personagens.
Quando apareceu um bolo no palco para acompanhar os parabéns que todos cantavam, Clinton sem hesitar arrancou um pedaço com a mão, serviu-se e ainda lambuzou os rostos de seu guitarrista e Flavor Flav.
Apesar das extravagâncias, a banda seguia absolutamente perfeita em cada nota, acorde, solo, dinâmicas em hits como "Give Up the Funk", "Free Your Mind and Your Ass Will Follow", "Flash Light", "Knee Deep" e "Mothership Connection". Aula de música dançante, lição de diversão e libertação. Não à toa, na plateia o icônico dançarino Nelson Triunfo exibia um dos maiores penteados afro já vistos no Brasil.
Em "Somethin' Stank" (de letra que diz algo como "senti o cheiro e quero um pouco"), Clinton convocou ao palco a neta rapper, Sativa Clinton, e fez sinais encorajando o público a fumar.
Pediu e foi atendido: um presente encostou no palco e lhe ofereceu um cigarro enrolado à mão (presumivelmente um baseado), que Clinton acendeu ali mesmo, na hora.
Com música máxima, performances algo surrealistas e o irresistível chamado à diversão, o conjunto não foi muito diferente do que se esperaria de uma viagem psicodélica a outra dimensão. No caso, ao universo colorido e particular de George Clinton.

GEORGE CLINTON
AVALIAÇÃO ótimo




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