São Paulo, sábado, 25 de julho de 1998

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LIVRO LANÇAMENTO

"Sou o Ronaldinho dos escritores", diz Coelho

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

O "fenômeno" está de volta. Com o livro "Veronika Decide Morrer", que chega às livrarias com uma tiragem inicial de 150 mil exemplares, o escritor Paulo Coelho, 50, dá sequência à carreira iniciada com "O Diário de Um Mago" e que o transformou no escritor brasileiro mais conhecido -e mais vendido- do mercado editorial internacional.
"Virei o Ronaldinho dos escritores", brinca Paulo Coelho. "O Fenômeno", contou o escritor em entrevista a Folha, é o título de um documentário que está sendo preparado sobre sua vida -uma co-produção canadense-francesa-norte-americana, ainda sem data para exibição.
Para escrever "Veronika Decide Morrer", Paulo Coelho buscou lembranças de uma época difícil: as três internações em uma clínica psiquiátrica do Rio, entre 1965 e 1967, para onde foi mandado pelos pais e onde recebeu um diagnóstico de personalidade esquizóide.
Toda a trama de "Veronika Decide Morrer" é passada em um hospício na Eslovênia. O livro é diferente dos trabalhos anteriores de Paulo Coelho -mais pessimista. É a obra em que menos toca nos temas espirituais.
"Exponho uma fase da minha vida em que me vi excluído da sociedade. Foi quando percebi que a loucura é o que sai do convencional", diz o autor.
Paulo Coelho conta que sempre teve receio de tocar no tema de suas internações em respeito aos pais. Revela que foi difícil contar ao pai que tinha escrito o livro -a mãe morreu em 1993. Mas diz que tomou a decisão por achar necessário mostrar que é preciso "pagar um preço para viver sua lenda pessoal".
Paulo Coelho diz que "Veronika Decide Morrer" não é um livro autobiográfico, mas sim baseado em "uma experiência decantada, sublimada" de um homem de 50 anos que venceu todo esse período e decidiu falar sobre o tema.
Enquanto no Brasil Paulo Coelho é notícia por causa do lançamento de "Veronika Decide Morrer", na Itália e no Irã os motivos são outros.
O escritor foi tema da mais recente edição de "Sette", revista encartada no jornal italiano "Corriere della Sera". O motivo: seu livro "O Manual do Guerreiro da Luz" inspirou a estilista Donatella Versace -irmã e herdeira de Gianni Versace, morto no ano passado- na criação da nova coleção da grife.
Já no Irã, o motivo é um pouco diferente. Duas edições piratas de "O Alquimista" circulam no país. "Em uma delas, alguém escreveu mais 100 páginas de texto e a edição está sendo vendida lá como a "versão integral' do meu livro", conta.



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