São Paulo, sábado, 25 de agosto de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

Trinta artistas são selecionados para a mostra em 2002

Diversidade brasileira alavanca Bienal de SP

Divulgação
Obra do artista plástico Nelson Leirner, que terá uma sala especial na 25ª Bienal de São Paulo


FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Parecia o burburinho feito em torno de festas muito badaladas. Alguns diziam que haviam sido convidados, mas estavam blefando, outros juravam que não sabiam de nada e estão na lista.
Finalmente, foi conhecida ontem a seleção oficial dos artistas brasileiros na próxima Bienal de São Paulo, que é de fato a grande festa das artes plásticas no país.
O curador do time nacional, Agnaldo Farias, anunciou os 29 artistas selecionados. Falta ainda um que, por morar em uma região de difícil acesso, não pôde ser confirmado.
Os brasileiros vão se dividir em quatro módulos na Bienal. Quatro artistas foram convidados para as salas especiais. Conforme a Folha adiantou ontem, são os paulistas Carlos Fajardo e Nelson Leirner e a gaúcha Karin Lambrecht. É neste módulo que falta ainda a confirmação de um quarto artista. "Essa área será um respiro e uma forma de dar destaque a um time que tem tido pouco espaço", explica Farias.
Com curadoria-geral do alemão Alfons Hug, o tema da Bienal paulista é "Metrópole". Onze cidades foram escolhidas e uma 12ª, imaginária, contará ainda com a participação de artistas de vários países. São Paulo, uma das 11 cidades temáticas, também tem curadoria de Farias, que escolheu cinco artistas (veja nomes no quadro ao lado). Para a 12ª cidade, o curador brasileiro escolheu em acordo com Hug apenas a dupla Maurício Dias e Walter Riedweg. "São artistas excepcionais e que ainda não foram suficientemente vistos", diz Farias.
Já a representação nacional conta com 20 artistas, um grupo muito mais forte que as demais representações por país, restritas a apenas um artista. "Será um projeto especial na mostra", conta Farias.
Segundo o curador, um dos critérios foi apresentar artistas que nunca haviam participado da Bienal paulista ou então alguns que se apresentaram há mais de dez anos. É o caso da gaúcha Lambrecht, que Farias faz questão de ressaltar: "É uma artista fortíssima. Ela participou da Bienal de 87, e seu trabalho tangencia a arte povera. Sua pesquisa atual é sobre práticas incorporadas que se tornam rituais".
A diversidade de trabalhos e suportes é uma das características na seleção de Farias. "Busquei selecionar o mais amplo leque possível e apresentar especialmente jovens artistas", afirma.
Praticamente todas as áreas estão representadas. A pintura, por exemplo, comparece com gerações diferentes: a jovem campineira Vânia Mignone e o já reconhecido Fábio Cardoso.
Artistas em projeção ascendente e que trabalham com materiais diversos também foram convocados. É o caso, por exemplo, dos cariocas José Damasceno e Ricardo Basbaum, este curador também do próximo Panorama da Arte Brasileiro, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, em outubro próximo.
A fotografia também comparece com artistas que trabalham a área ampliando fronteiras, como o paulista Rubens Mano e o mineiro Cao Guimarães, que deve comparecer com um vídeo. A videoarte, aliás, tão em voga em mostras internacionais, ganhou espaço restrito. Entretanto instalações estão em alta, com artistas como Lina Kim e o grupo Chelpa Ferro, voltado à música.
Foi lançado ontem também um concurso aberto para a escolha do artista que irá elaborar o cartaz da 25ª Bienal. Os trabalhos devem ser entregues na Fundação Bienal até 15 de outubro próximo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0/xx/11/5574-5922.



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