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MÚSICA
"Década perdida" volta em forma de show
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
A onda de revival dos anos 1980
não é exatamente nova -começou tímida há cerca de três ou
quatro anos e foi ganhando força-, mas atingiu seu ápice em
2005. Livros, discos, festas e
shows de artistas da "década perdida" proliferam para faturar em
cima do saudosismo.
O Multishow embarcou na
idéia, gravando um show com alguns artistas da época (capitaneados por Leo Jaime, Kid Vinil, Ritchie e Leoni), e exibe o resultado
amanhã, às 21h45.
Há uma vantagem inegável nesse tipo de projeto: ninguém pode
dizer que comprou gato por lebre.
O público vai ao show (ou liga a
televisão) para ouvir os sucessos
de 20 (ou mais) anos atrás, cantados pelos astros da época, e é exatamente isso o que recebe. Quando muito, o espectador se surpreende com a desconhecida "Te
Odeio (Isso É o Amor)", cantada
por Nasi, ou com a presença de
Dulce Quental cantando "Fui Eu"
(famosa na versão dos Paralamas
do Sucesso, mas que tem as mãos
da dupla Sullivan e Massadas, de
triste lembrança).
O show é uma sucessão de hits:
Leo Jaime abre com a sua "As Sete
Vampiras", chama Kid Vinil para
cantar "Eu Sou Boy" e "Tic Tic
Nervoso", este emenda com "Até
Quando Esperar", em homenagem à Plebe Rude, e por aí vai.
Entre blocos de música, há depoimentos dos convidados, que
falam sobre a época, o sucesso e a
sensação de estarem de volta.
A melhor análise sobre o tipo de
público que se interessa por essa
onda saudosista é feita pelo cantor Ritchie (que também desfila
seus sucessos "Casanova", "Pelo
Interfone" e, é claro, "Menina Veneno"): são as crianças da década
de 1980, que são jovens hoje.
Neste ano em que o Brasil recebe a melhor safra de shows internacionais, de bandas emergentes
e urgentes, de sua história, não dá
para acusar o saudosismo de estar
tirando o espaço das novidades.
Que cada tribo se divirta com o
que lhe apetece, então.
Multishow ao Vivo - Anos 80
Quando: amanhã, às 21h45
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