São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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MÚSICA

"Década perdida" volta em forma de show

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL

A onda de revival dos anos 1980 não é exatamente nova -começou tímida há cerca de três ou quatro anos e foi ganhando força-, mas atingiu seu ápice em 2005. Livros, discos, festas e shows de artistas da "década perdida" proliferam para faturar em cima do saudosismo.
O Multishow embarcou na idéia, gravando um show com alguns artistas da época (capitaneados por Leo Jaime, Kid Vinil, Ritchie e Leoni), e exibe o resultado amanhã, às 21h45.
Há uma vantagem inegável nesse tipo de projeto: ninguém pode dizer que comprou gato por lebre. O público vai ao show (ou liga a televisão) para ouvir os sucessos de 20 (ou mais) anos atrás, cantados pelos astros da época, e é exatamente isso o que recebe. Quando muito, o espectador se surpreende com a desconhecida "Te Odeio (Isso É o Amor)", cantada por Nasi, ou com a presença de Dulce Quental cantando "Fui Eu" (famosa na versão dos Paralamas do Sucesso, mas que tem as mãos da dupla Sullivan e Massadas, de triste lembrança).
O show é uma sucessão de hits: Leo Jaime abre com a sua "As Sete Vampiras", chama Kid Vinil para cantar "Eu Sou Boy" e "Tic Tic Nervoso", este emenda com "Até Quando Esperar", em homenagem à Plebe Rude, e por aí vai.
Entre blocos de música, há depoimentos dos convidados, que falam sobre a época, o sucesso e a sensação de estarem de volta.
A melhor análise sobre o tipo de público que se interessa por essa onda saudosista é feita pelo cantor Ritchie (que também desfila seus sucessos "Casanova", "Pelo Interfone" e, é claro, "Menina Veneno"): são as crianças da década de 1980, que são jovens hoje.
Neste ano em que o Brasil recebe a melhor safra de shows internacionais, de bandas emergentes e urgentes, de sua história, não dá para acusar o saudosismo de estar tirando o espaço das novidades. Que cada tribo se divirta com o que lhe apetece, então.


Multishow ao Vivo - Anos 80
Quando:
amanhã, às 21h45


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