São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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BEBIDA

Vale do São Francisco aponta bons tintos

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

O Vale do rio São Francisco, na região oeste da Bahia abriga um importante pólo de produção e exportação de frutas. A região também produz (e exporta) um item considerado raro para essas latitudes: vinhos finos.
A Santa Maria, localizada em Lagoa Grande, ao leste de Petrolina, é uma das firmas focadas nesse filão. O enólogo português Carlos Moura, um dos proprietários da Dão Sul, adega de ponta lusitana, visitou a vinícola em 2002, avaliando a área. "Quando vi coqueiros crescendo junto aos vinhedos, achei que ia perder meu tempo. Mas após provar as uvas e os vinhos, vi que havia aqui muito potencial", conta ele.
Logo depois foi criada a ViniBrasil -sociedade entre a Santa Maria, a Dão Sul e a importadora Expand- que elabora os vinhos Adega do Vale e Rio Sol. A firma tem 200 hectares de vinhedos -onde predomina a syrah. Naqueles terrenos (a algumas centenas de quilômetros do Equador) o clima seco e cálido, e a luminosidade aceleram o ritmo das videiras.
Enquanto nas regiões tradicionais, como as do Chile ou da Argentina, onde se colhe apenas uma vez por ano e uma videira precisa de três para produzir os primeiros grãos, no nordeste, a videira dá cachos com apenas 13 meses de vida e é possível obter dela mais de duas colheitas por ano.
As vinhas são programadas -pela rega e a poda- para entregar a fruta em diferentes datas (serão 15 colheitas em 2005, de forma a otimizar o trabalho na cantina) e pelo que se podem ver lá, no mesmo dia, videiras brotando, em floração, ou outras com os cachos já no ponto. A firma pernambucana produzirá, neste ano, cerca de 1,3 milhão de litros de vinho, boa parte deles, destinados ao exterior -até julho, já tinham sido exportadas 28 mil caixas.
Durante a visita, foram provados novos vinhos, os Rendeiras, que devem ser lançados em breve, com destaque para o Syrah 2004, frutado e equilibrado (87/100). Mas, para conferir já os goles da adega, uma boa pedida é o Rio Sol Cabernet Sauvignon Reserva 2003, marcado por frutas vermelhas e um bom toque de madeira, o melhor tinto da casa no mercado (87/100, R$ 48, Expand, tel. 0/xx/11/4613-3333).


O colunista Jorge Carrara visitou a Santa Maria a convite da ViniBrasil

CABERNET LEVE
A Nieto e Senetiner é uma tradicional adega argentina que conta, no seu portfólio, com um dos tintos de ponta do país: o Cadus Malbec. No canto básico da casa, estão os Benjamin, um conjunto de tintos e brancos, onde se destaca este Cabernet Sauvignon, um bom rubro de corpo médio, frutado e macio em boca.

BOM E BARATO

SUGESTÃO ATÉ R$ 40
BENJAMIN NIETO E SENETINER CABERNET SAUVIGNON 2004
Avaliação: 83/100
Bom para: acompanhar pizzas, frios e hambúrgueres
Preço: R$ 11
Onde: Casa Flora, (tel. 0/xx/11/3327-5199)


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