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Crítica
Como Tucker, Coppola peita o "establishment"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Alguém ainda lembra que
Francis Ford Coppola é um
grande diretor de cinema -e
que está vivo? Pouca gente.
Na verdade, Coppola foi sistematicamente queimado pela
indústria. Ela, com sua propaganda, seus órgãos corporativos, suas estatísticas de entradas etc. faz com que erros pequenos pareçam enormes (ver,
por exemplo, o que se fez de "O
Poderoso Chefão 3"), enquanto
virtudes mínimas viram genialidades e êxitos fugazes são alçados à condição de fenômenos
sociológicos.
Quando fez "Tucker - Um Homem e Seu Sonho" (Fox,
22h), Coppola fracassou. Talvez porque contasse a história
de um fracasso, coisa que os
americanos não gostam: Tucker cria um bom carro e é simplesmente esmagado pela indústria automobilística.
Mas "Tucker" é possivelmente o filme que melhor expressa o que é Coppola: um
franco-atirador, um solitário
contra um sistema poderoso.
Essa é a história de boa parte
de sua geração (a outra parte
está no poder).
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