São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Crítica

Como Tucker, Coppola peita o "establishment"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Alguém ainda lembra que Francis Ford Coppola é um grande diretor de cinema -e que está vivo? Pouca gente.
Na verdade, Coppola foi sistematicamente queimado pela indústria. Ela, com sua propaganda, seus órgãos corporativos, suas estatísticas de entradas etc. faz com que erros pequenos pareçam enormes (ver, por exemplo, o que se fez de "O Poderoso Chefão 3"), enquanto virtudes mínimas viram genialidades e êxitos fugazes são alçados à condição de fenômenos sociológicos.
Quando fez "Tucker - Um Homem e Seu Sonho" (Fox, 22h), Coppola fracassou. Talvez porque contasse a história de um fracasso, coisa que os americanos não gostam: Tucker cria um bom carro e é simplesmente esmagado pela indústria automobilística.
Mas "Tucker" é possivelmente o filme que melhor expressa o que é Coppola: um franco-atirador, um solitário contra um sistema poderoso. Essa é a história de boa parte de sua geração (a outra parte está no poder).


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