São Paulo, terça-feira, 25 de agosto de 2009

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Comentário

Pizzicato Five liderou nova onda japonesa

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando surgiu para os ocidentais, em 1994, o Pizzicato Five reforçou estereótipos japoneses e ajudou a colocar o país no mapa da música pop. Exagero? Claro que Ryuichi Sakamoto e Yoko Ono já estavam lá antes, mas foi o videoclipe de "Twiggy Twiggy" que colocou o Japão em alta rotação na MTV -quando isso significava algo.
Para os antenados e descolados, "Twiggy Twiggy" causou mais estrago que o Godzilla e o Pokémon juntos. A música, por si só, já era uma delícia e colocava o kitsch, a bossa nova, o tema de James Bond e indecifráveis letras em japonês tudo no mesmo saco. Mas foi visualmente que o clipe do P5 (como eram conhecidos) conquistou seu público: dois japoneses sérios, que parecem ter saído bêbados do expediente, e uma japonesa estilosa e magérrima fazendo dancinhas estúpidas.
Estava tudo lá. Fascínio extremo pelo visual e pela moda (nomes de modelos famosas, como Twiggy e Cindy, aparecem pela tela); uma ingenuidade infantil misturada com uma falta de noção sobre o que é ridículo ou não; um fascínio pelo Ocidente (EUA em particular).
Faziam, assim, valer o clichê de que os japoneses criam uma identidade a partir da recombinação e exacerbação de códigos externos. Na época, a Matador Records, mítica gravadora norte-americana especializada em bandas indies, lançou seus discos. No Brasil, uma leva de CDs foi lançada pela Trama.
Foi um período fértil para o pop japonês moderno. Cornelius, Shonen Knife e Cibo Matto estavam dando as caras por aqui: eram os anos 90 da "explosão" indie. Mas, assim como no futebol, essa vertente musical japonesa não emplacou de vez no Ocidente.

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