São Paulo, terça, 25 de agosto de 1998

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TEATRO
Peça de Dionisio Neto terá leitura hoje, na Folha; espetáculo descreve convívio entre pessoas da cidade grande
"Antiga" expõe a fauna da metrópole

da Redação

A Folha promove hoje leitura da peça "Antiga (A Triste História da Imagem Que Perdeu Seu Herói)", escrita e dirigida por Dionisio Neto, que já realizou, entre outros, os espetáculos "Desembestai!" e "Opus Profundum".
Participam da leitura, além do autor, Samantha Monteiro, Hélio Cícero, Eliete Mejorado e Paula Di Paula. O evento integra o ciclo "Leituras de Teatro", que apresenta mensalmente, sempre na última terça-feira do mês, leituras de peças inéditas.
"Antiga" mostra a confrontação entre os diferentes tipos que integram uma metrópole.
A peça descreve a trajetória de Capricórnio (Dionisio Neto), o pichador de muros, que, na definição de Dionisio, é um "outsider", alguém que vive nos guetos, se alimentando de restos colhidos em latas de lixo.

"Tudo é vaidade"
"Capricórnio picha pelos muros da cidade dizeres como: "Tudo é vaidade' e "A morte é a mais importante das idéias'. Capricórnio é um misto de Rimbaud e Jean-Michel Basquiat", afirma Dionisio.
O título do espetáculo diz respeito, segundo o autor, ao "antigo problema do outsider na sociedade, que já dura mais de 300 anos".
Capricórnio se envolve com Gertrúria, jovem que visa ser modelo e acompanha cegamente todas as tendências da moda. O pai de Gertrúria, Vitório, é um milionário que controla uma grande corporação de mídia. "É alguém que acredita poder comprar o passaporte para a modernidade por meio do dinheiro", afirma Dionisio.
Na casa de Vitório, vive Crista, mulher de 50 anos, virgem, que nunca abandona o lar e se dedica a projetos de caridade. "Ela é profundamente visceral. Acredita no afeto e nas relações humanas mais básicas", afirma Dionisio.
O embate entre esses personagens se dará no reveillon, "o maior reveillon da América Latina", como pretende Vitório, organizador da festa.
Segundo Dionisio Neto, "Antiga" é uma peça democrática. "A vontade de um personagem não prevalece sobre a dos demais. Não faço juízos de valor, meu interesse é mostrar os tipos de pessoas que representam uma metrópole."
A trilha sonora do espetáculo é bastante peculiar, mesclando canções de Chet Baker e músicas de Prodigy, Tricky e Bjork.
A leitura será às 19h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos, região central). A entrada é franca. Os interessados devem fazer reservas entre 14h e 17h, pelo telefone (011) 224-3473.



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