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TEATRO
Peça de Dionisio Neto terá leitura hoje, na Folha; espetáculo descreve convívio entre pessoas da cidade grande
"Antiga" expõe a fauna da metrópole
da Redação
A Folha promove hoje leitura da peça "Antiga (A Triste
História da
Imagem Que
Perdeu Seu Herói)", escrita e
dirigida por Dionisio Neto, que já
realizou, entre outros, os espetáculos "Desembestai!" e "Opus
Profundum".
Participam da leitura, além do
autor, Samantha Monteiro, Hélio
Cícero, Eliete Mejorado e Paula Di
Paula. O evento integra o ciclo
"Leituras de Teatro", que apresenta mensalmente, sempre na última terça-feira do mês, leituras de
peças inéditas.
"Antiga" mostra a confrontação entre os diferentes tipos que
integram uma metrópole.
A peça descreve a trajetória de
Capricórnio (Dionisio Neto), o pichador de muros, que, na definição de Dionisio, é um "outsider",
alguém que vive nos guetos, se alimentando de restos colhidos em
latas de lixo.
"Tudo é vaidade"
"Capricórnio picha pelos muros
da cidade dizeres como: "Tudo é
vaidade' e "A morte é a mais importante das idéias'. Capricórnio é
um misto de Rimbaud e Jean-Michel Basquiat", afirma Dionisio.
O título do espetáculo diz respeito, segundo o autor, ao "antigo
problema do outsider na sociedade, que já dura mais de 300 anos".
Capricórnio se envolve com Gertrúria, jovem que visa ser modelo
e acompanha cegamente todas as
tendências da moda. O pai de Gertrúria, Vitório, é um milionário
que controla uma grande corporação de mídia. "É alguém que acredita poder comprar o passaporte
para a modernidade por meio do
dinheiro", afirma Dionisio.
Na casa de Vitório, vive Crista,
mulher de 50 anos, virgem, que
nunca abandona o lar e se dedica a
projetos de caridade. "Ela é profundamente visceral. Acredita no
afeto e nas relações humanas mais
básicas", afirma Dionisio.
O embate entre esses personagens se dará no reveillon, "o
maior reveillon da América Latina", como pretende Vitório, organizador da festa.
Segundo Dionisio Neto, "Antiga" é uma peça democrática. "A
vontade de um personagem não
prevalece sobre a dos demais. Não
faço juízos de valor, meu interesse
é mostrar os tipos de pessoas que
representam uma metrópole."
A trilha sonora do espetáculo é
bastante peculiar, mesclando canções de Chet Baker e músicas de
Prodigy, Tricky e Bjork.
A leitura será às 19h30, no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425, 9º andar, Campos Elíseos,
região central). A entrada é franca.
Os interessados devem fazer reservas entre 14h e 17h, pelo telefone
(011) 224-3473.
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