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VIOLÊNCIA
Segundo o médico Jorge Pagura, ator pode estar assim devido ao efeito residual dos sedativos que recebeu
Ator fica em coma mesmo sem sedativo
RICARDO ZORZETTO
da Reportagem Local
O ator Gerson Brenner, internado há oito dias na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Albert
Einstein, continuava em coma ontem à tarde, apesar de a equipe
médica ter suspendido a sedação
do paciente.
Segundo o neurocirurgião Jorge
Pagura, que operou o ator duas
vezes nesse período, o paciente
ainda poderia permanecer em coma devido ao efeito residual dos
sedativos que recebeu.
Pagura disse que a dosagem de
medicamentos que o ator recebeu
a partir da quarta-feira passada,
quando os médicos constataram
elevação da pressão intracraniana,
foi muito elevada, na tentativa de
controlar o problema.
"Uma parte dos sedativos pode
ficar armazenada na gordura do
corpo e ser liberada gradualmente
após cessada a sedação", disse o
neurocirurgião Oreste Lanzoni,
coordenador do Pronto-Socorro
de Neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Segundo Lanzoni, após terminado esse efeito residual dos sedativos, o ator deverá retomar a consciência. Se isso não ocorrer, pode
significar que as lesões são extremamente graves.
Atividade cerebral
"Foi usada uma dosagem de supressão das ondas cerebrais. O nível de atividade do cérebro foi
mantido o mais baixo possível, suficiente apenas para manter o paciente vivo", disse Pagura.
A sedação diminui a atividade
das células do cérebro e reduz as
chances de haver edema (inchaço), o que causa aumento da pressão dentro do crânio.
O aumento da pressão intracraniana dificulta a circulação de sangue no cérebro e, em casos extremos, pode levar à morte.
Anteontem, a equipe de Pagura
teve de operar o ator novamente
porque, apesar do nível de sedação do paciente e do uso de outros
recursos, como hiperventilação
(aumento da quantidade de oxigênio fornecida ao paciente), a pressão intracraniana estava fugindo
ao controle dos médicos.
"A cirurgia foi necessária porque o risco de perder o controle
sobre a pressão era iminente. Mas
a operação foi realizada no momento certo", disse Pagura.
Ontem, houve um novo episódio
de elevação da pressão, mas ela foi
rapidamente controlada e permaneceu em níveis normais, segundo
o boletim médico que foi divulgado pelo hospital.
De acordo com a avaliação de
Pagura, a evolução do estado de
saúde de Brenner está dentro do
que se espera em um caso grave,
como o de ferimento por tiro.
Segundo Pagura, ainda seria necessário esperar entre 48 e 72 horas para que a pressão se estabilizasse. Tanto Pagura quanto Lanzoni disseram que o mais importante no momento é salvar a vida
do paciente.
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