Pânico no Lago
Globo, 16h10.   
(Lake Placid). EUA, 1999, 82 min. Direção: Steve Miner. Com Bill Pullman, Bridget Fonda. Paleontóloga, xerife, funcionário do governo e professor de mitologia unem-se em caçada a crocodilo.

Guerreiros à Prova de Bala
Record, 23h.    
(Once upon a Time in China). EUA, 1991. Direção: Tsui Hark. Com Jet Li, Rosamund Kwan. Primeiro filme da série produzida por Tsui Hark, este dirigido pelo próprio. Aqui as aventuras se passam no século 19, durante a invasão inglesa ao país. Jet Li faz o herói Wong Fei-hong, que atravessará a série. Animador, apesar do título brasileiro.

Um Convite Italiano
Globo, 23h15.   
(Screw Loose). EUA/Itália, 1999, 88 min. Direção: Ezio Greggio. Com Mel Brooks, Ezio Greggio. Homem topa satisfazer o desejo do pai, depois que ele tem um ataque cardíaco: encontrar a pessoa que salvou sua vida na guerra.

A Mão que Balança o Berço
SBT, 0h30.   
(The Hand that Rocks the Cradle). EUA, 1992, 110 min. Direção: Curtis Hanson. Com Annabella Sciorra, Rebecca DeMornay, Matt McCoy. DeMornay faz a babá profissionalíssima e eficientíssima, contratada para tomar conta do bebê de Sciorra. Mas a babá tem motivos para arquitetar uma sinistra vingança. História fraca, suspense na média, exercício para Hanson, que mais tarde faria "Los Angeles, Cidade Proibida", bem mais significativo.

Emmanuelle - O Sentido do Amor
Bandeirantes, 2h.  
(Emmanuelle: Meaning of Love). EUA, 1994, 93 min. Direção: Brody Hooper. Com Krista Allen. Emmanuelle recorda suas aventuras com os extraterrestres que vieram até nós para descobrir os mistérios do amor.

Além das Fronteiras
SBT, 2h45.   
(Beyond the Walls). Israel, 1984. Direção: Rudy Cohen, Uri Barbash. Com Arnon Zadok, Muhamad Barki. Numa prisão em Israel, prisioneiros árabes e judeus se enfrentam em tempo integral, até que um dia decidem articular, em conjunto, um plano de fuga. Os conflitos Israel/ Palestina vistos a partir de um mundo específico. Legendado.

A Vingança da Rainha da Neve
SBT, 4h45.   
(The Snow Queen's Revenge). EUA, 1996, 66 min. Direção: Martin Gates. A rainha em questão é malvada e pretende congelar todo mundo. Nossos pequenos heróis dispõem-se a combatê-la. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Simplicidade de "História Real" é apenas aparente

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que têm de tão lancinante os filmes de David Lynch? É difícil compreender como alguém passa de "História Real" para "Cidade dos Sonhos" (ou vice-versa).
Mas, olhando com um pouco mais de cuidado, será tão simples e direta assim a história de Alvin Straight? Em Iowa, onde mora, ele recebe a notícia de que o irmão, com quem teve um desentendimento, está à beira da morte.
Ele decide que precisa voltar a falar com o irmão antes que isso aconteça. Só que o irmão mora longe, no Wisconsin, e Alvin não tem outro meio de locomoção a não ser seu cortador de grama. É nesse cortador de grama, portanto, que ele começa sua travessia.
Simples, mas não tanto. Ao ver as imagens do homem montado em seu veículo, imediatamente pensamos nos romeiros e suas promessas por cumprir. Existe uma promessa, ainda que laica, na proposição de Alvin. Um reencontro com o irmão carrega a idéia de redenção.
Depois, quase todos temos relações ambíguas com nossos próximos. Os amamos e odiamos ao mesmo tempo. Essa morte anunciada permite passar a limpo as desavenças e ficar só com os afetos. Nós, na platéia, nos identificamos com o personagem, partilhamos sua aflição, mas, também, sua determinação de romeiro.
Mesmo porque toda vida tem um tanto de milagre. De promessa e de algo maravilhoso que se cumpre. Então a história nos comove. Mas será tão simples? Todo o tempo em que a pequena figura aparece na paisagem é possível pensar no gesto do homem por sua complexidade -não pelo que tem de imediato, direto e simples.
Assim como em "Cidade dos Sonhos" ou "Estrada Perdida", o sentido parece recusar-se a assentar, a entregar-se ao espectador de todo. Desta vez não é a narrativa que tem, possivelmente, algo de indecifrável. É a vida mesmo.