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COLEÇÃO FOLHA
CD, a ser lançado no próximo domingo, reúne concerto para violino e "Sonhos de uma Noite de Verão"
Volume exibe prodígios de Mendelssohn
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Ele foi um dos talentos mais
precoces da história da música e,
de quebra, compôs uma melodia
que todo mundo conhece. O próximo volume da Coleção Folha de
Música Clássica -a chegar às
bancas no próximo domingo, dia
2 de outubro- traz o "Concerto
para Violino em Mi Menor" e a
música incidental para "Sonhos
de uma Noite de Verão", de Felix
Mendelssohn-Bartholdy.
O compositor veio de uma importante família germânica. Seu
avô, Moses Mendelssohn, foi um
destacado filósofo do iluminismo,
cujo filho, Abraham, atuou como
banqueiro.
De origem judaica, Abraham
converteu-se ao cristianismo, incorporando Bartholdy ao sobrenome e fazendo batizar todos os
seus filhos, entre os quais, Felix,
nascido em Hamburgo, em 1809,
e morto em Leipzig, em 1847.
O início
Menino-prodígio, Mendelssohn começou a compor aos 11
anos e teve uma das adolescências
musicais mais prolíficas que se
possa imaginar. Até os 14 anos, escreveu nada menos do que 13 sinfonias para cordas e, aos 17, realizou sua primeira obra-prima, a
abertura "Sonhos de uma Noite
de Verão", inspirada na peça homônima de William Shakespeare.
Assim como hoje existe uma
grande demanda de música para
trilhas sonoras de filmes, naquela
época era comum os compositores receberem encomendas de
partituras para serem executadas
durante encenações de espetáculos teatrais.
De modo que, já adulto, na década de 1840, Mendelssohn foi incumbido de compor a música para a montagem de peças teatrais
na corte do rei Frederico Guilherme 4º, da Prússia.
Entre os espetáculos escolhidos
pelo mandatário, estava "Sonhos
de uma Noite de Verão", em cuja
trilha sonora ele não apenas aproveitou a abertura escrita na juventude como ainda incluiu uma série de números novos.
Entre estes, encontrava-se uma
brilhante marcha nupcial, com
solo de trompete, que se tornou
desde então um dos itens mais requisitados em cerimônias de casamento nos quatro cantos do
planeta.
Regência
Cosmopolita, intelectualizado e
poliglota, Mendelssohn foi ainda
um dos primeiros nomes de destaque em uma atividade musical
que começava a ganhar relevo em
sua época: a regência.
Em 1829, liderou uma execução
da então esquecida "Paixão Segundo São Mateus", de Bach, iniciando o movimento de resgate
das obras do autor-chave do barroco alemão; e, em Leipzig, onde
fundou e dirigiu o conservatório
local, foi louvado como maestro
da Orquestra da Gewandhaus,
que, até hoje, constitui símbolo de
excelência na execução de música
sinfônica.
Prodígio como Mozart,
Mendelssohn teve, a exemplo
do compositor austríaco, uma
morte prematura. Contudo, se o
funeral do mestre do classicismo
vienense passou quase inadvertido à sua época, Felix Mendelssohn-Bartholdy foi sepultado
com todas as honras, com sua
memória celebrada em concertos
feitos em várias cidades da
Alemanha e também da Ingla-
terra.
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