São Paulo, domingo, 25 de setembro de 2005

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COLEÇÃO FOLHA

CD, a ser lançado no próximo domingo, reúne concerto para violino e "Sonhos de uma Noite de Verão"

Volume exibe prodígios de Mendelssohn

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ele foi um dos talentos mais precoces da história da música e, de quebra, compôs uma melodia que todo mundo conhece. O próximo volume da Coleção Folha de Música Clássica -a chegar às bancas no próximo domingo, dia 2 de outubro- traz o "Concerto para Violino em Mi Menor" e a música incidental para "Sonhos de uma Noite de Verão", de Felix Mendelssohn-Bartholdy.
O compositor veio de uma importante família germânica. Seu avô, Moses Mendelssohn, foi um destacado filósofo do iluminismo, cujo filho, Abraham, atuou como banqueiro.
De origem judaica, Abraham converteu-se ao cristianismo, incorporando Bartholdy ao sobrenome e fazendo batizar todos os seus filhos, entre os quais, Felix, nascido em Hamburgo, em 1809, e morto em Leipzig, em 1847.

O início
Menino-prodígio, Mendelssohn começou a compor aos 11 anos e teve uma das adolescências musicais mais prolíficas que se possa imaginar. Até os 14 anos, escreveu nada menos do que 13 sinfonias para cordas e, aos 17, realizou sua primeira obra-prima, a abertura "Sonhos de uma Noite de Verão", inspirada na peça homônima de William Shakespeare.
Assim como hoje existe uma grande demanda de música para trilhas sonoras de filmes, naquela época era comum os compositores receberem encomendas de partituras para serem executadas durante encenações de espetáculos teatrais.
De modo que, já adulto, na década de 1840, Mendelssohn foi incumbido de compor a música para a montagem de peças teatrais na corte do rei Frederico Guilherme 4º, da Prússia.
Entre os espetáculos escolhidos pelo mandatário, estava "Sonhos de uma Noite de Verão", em cuja trilha sonora ele não apenas aproveitou a abertura escrita na juventude como ainda incluiu uma série de números novos.
Entre estes, encontrava-se uma brilhante marcha nupcial, com solo de trompete, que se tornou desde então um dos itens mais requisitados em cerimônias de casamento nos quatro cantos do planeta.

Regência
Cosmopolita, intelectualizado e poliglota, Mendelssohn foi ainda um dos primeiros nomes de destaque em uma atividade musical que começava a ganhar relevo em sua época: a regência.
Em 1829, liderou uma execução da então esquecida "Paixão Segundo São Mateus", de Bach, iniciando o movimento de resgate das obras do autor-chave do barroco alemão; e, em Leipzig, onde fundou e dirigiu o conservatório local, foi louvado como maestro da Orquestra da Gewandhaus, que, até hoje, constitui símbolo de excelência na execução de música sinfônica.
Prodígio como Mozart, Mendelssohn teve, a exemplo do compositor austríaco, uma morte prematura. Contudo, se o funeral do mestre do classicismo vienense passou quase inadvertido à sua época, Felix Mendelssohn-Bartholdy foi sepultado com todas as honras, com sua memória celebrada em concertos feitos em várias cidades da Alemanha e também da Ingla- terra.


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