São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Festival do Rio abre em tom celebratório

Cerimônia de inauguração da mostra de cinema foi repleta de afagos à cidade e aos patrocinadores do evento

Críticas limitaram-se à reforma da lei de direito autoral; "A Suprema Felicidade", de Jabor, foi exibido na sessão

ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Foram tantos e tão enfáticos os agradecimentos que um estrangeiro presente no Cine Odeon sairia dali convicto: o Rio de Janeiro está mais lindo que nunca.
A abertura do Festival do Rio, na noite de anteontem, teve um tom celebratório.
Após a passagem de famosos e não tão famosos assim pelo tapete vermelho estendido na Cinelândia, o ator Milton Gonçalves abriu a cerimônia com loas à cidade e ao festival que, até o dia 7, exibirá cerca de 350 filmes.
Os primeiros a subir ao palco foram os patrocinadores que garantiram o orçamento de R$ 8 milhões.
O diretor da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, representante do prefeito Eduardo Paes, usou o microfone para fazer um autoelogio à prefeitura, "parceira" do festival.
Os afagos aos "patrocinadores, parceiros e equipe" tiveram seguimento nas falas das diretoras do evento, Ilda Santiago e Walkyria Barbosa.
Em meio à chuva de elogios, alguns recados políticos foram colocados numa frase genérica de Barbosa.
Ao lembrar que o Festival começava poucos dias antes da eleição, ela defendeu "o combate à pirataria e a propriedade intelectual".
Enquanto o Rio era incensado, o governo federal foi alfinetado por meio da reforma da lei do direito autoral, em curso no Ministério da Cultura. "Queremos ter a liberdade de fazer documentários sobre qualquer personagem", disse Barbosa. O texto, ao que consta, não traz tal impedimento.

JABOR ROMÂNTICO
A celebração em torno do "novo Rio" foi também o mote da estrela da noite, Arnaldo Jabor, que apresentou "A Suprema Felicidade".
O filme, seu retorno ao cinema depois de 20 anos, é um retrato "romântico", em suas próprias palavras, do Rio da década de 40.
"Há uma visível renascença cultural nesta cidade", disse o cronista sempre pronto a criticar tudo e todos. "Depois de anos governado por canalhas, o Rio está renascendo."
Enquanto pela tela do Odeon entupido corriam as imagens de um Rio afável, fora da sala os organizadores comentavam o sufoco que passaram para acomodar os convidados.
Até poucas horas antes do início da abertura, havia gente sem teto e sem cama. Simplesmente, não há vagas na rede hoteleira da cidade.
"Não sei... Está assim desde o fim da Copa", diz o concierge de um hotel. "Por estes dias, teve dois eventos grandes.
Um acabou ontem e o outro eu não sei qual é." As explicações são todas mais ou menos assim.


A jornalista ANA PAULA SOUSA viajou a convite do Festival


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