São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Atuar e dirigir ao mesmo tempo traumatiza Seymour Hoffman

Ator premiado com Oscar protagoniza e dirige "Jack Goes Boating"

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Philip Seymour Hoffman bem que tentou fugir, mas acabou se autoescalando para atuar como protagonista da comédia dramática "Jack Goes Boating" ("Jack anda de barco", em tradução livre), seu primeiro trabalho como diretor de cinema.
O filme, que estreou nos EUA na semana passada, é baseado numa peça que ficou em cartaz num circuito off-Broadway em 2007 e na qual ele atuou.
"Procurei muito [outro ator]. Mas, depois, percebi como parecia uma pegadinha pedir para um ator fazer um papel que tinha sido meu e que agora eu iria dirigir", disse o ator, após exibição do filme, em Los Angeles.
A história segue o tímido motorista de limusine Jack (Hoffman) em sua jornada para conquistar a esquisitíssima Connie (Amy Ryan).
Ela é apresentada por um casal amigo, cujo relacionamento está aos frangalhos.
"O tema constante da história é amar alguém mesmo sabendo que a outra pessoa pode machucar muito você um dia", diz o ator.
Hoffman, ganhador do Oscar por "Capote" em 2006, afirma que, para ele, dirigir é muito mais agradável do que atuar. "Sou uma pessoa bem mais fácil [dirigindo]", diz.
"Atuar é outro demônio. É preciso criar uma privacidade, ter um foco tão afinado e específico que é preciso conservá-lo por um tempo."
Por isso, ele falou, a experiência ator-diretor foi meio traumática. "Alguns momentos foram pesados. Eu tive que crescer, sair do set e dizer para mim mesmo: "Você não é diretor, você é um ator'", afirma. "Não quero nunca mais me dirigir de novo."


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