|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SHOW/CRÍTICA
O Beck "perdedor" ganha do Beck "vencedor"
DA REPORTAGEM LOCAL
Nome forte na seleta lista do
último Reading Festival, em
agosto, o astro americano Beck na
verdade faltou ao show. Em seu
lugar, para entreter uma platéia
que esperava ansiosamente a festejada volta do Pulp, mandou
uma caricatura de Beck.
Em seus 50 minutos de show,
apenas lampejos do "velho" Beck,
aquele da geração "loser", orquestrador esperto da mistura do folk
com música indie baseada nas
guitarras, o que desafiava a matá-lo aqueles que o consideravam
um perdedor.
Mas o que predomina no palco
agora é o Beck "vencedor", o pós-"Odelay" (1996), o que passeia pela tropicália, o que faz uns funks
"mais elaborados".
Beck é/está um showman. Corre
tanto no palco para entreter a platéia que fica sem fôlego para cantar o refrão de seus deliciosos hits,
como "Beercan", "Devils Haircut", "The New Pollution".
O show do Reading baseou-se
metade no seu mais recente disco,
"Midnite Vultures", metade em
seus hinos indies. É um setlist
equivalente ao que Beck afirma
preparar para o Rock in Rio 3.
Na primeira parte, a impressão
que se tinha era a de estar em uma
gigante e pálida festa funk. As
boas "Sexx Laws" e "Mixed Bizness", do disco de 1999, ficam insossas ao vivo.
Na etapa que leva Beck de volta
à era "Odelay", o show decola, fica
animado, o público chacoalha,
mas aí o cantor já mostra cansaço
por causa das estrepolias demandadas pela função de showman.
Tomara que o Beck que venha
ao Brasil em janeiro seja o "perdedor", com cara de bobo e mais
concentrado em seu folk noise,
aquele do tempo em que era pobre e fazia discos de 1999.
Não esse Beck "vencedor", muito mais rico, tido como "gênio"
alternativo, que "fura" em shows
brasileiros e adia entrevistas umas
cinco vezes.
(LR)
Avaliação:
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Texto Anterior: Beck diz que agora vem e quer Caetano Próximo Texto: Frase Índice
|