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LIVROS
Chave do êxito de autor sueco está no otimismo
Opinião é de Marc de Gouvenain, tradutor e editor da trilogia "Millennium" na França
Nos EUA, 1º livro da série de Stieg Larsson está na lista de mais vendidos do "New York Times'; museu sueco faz "tour" inspirado nas obras
DA REPORTAGEM LOCAL
A editora sueca Eva Gedin
conta que a França foi um dos
países que mais cedo se animaram com a publicação da trilogia "Millennium", de Stieg
Larsson. As vendas no país já
ultrapassaram a marca dos 2
milhões de exemplares.
Marc de Gouvenain, editor
da Actes Sud especializado em
literatura sueca e co-tradutor
da trilogia, ouviu falar pela primeira vez dos livros em dezembro de 2004, um mês após a
morte de Larsson. Para ele,
"Millennium" não teria se tornado best-seller se os livros não
fossem bons.
"E tratam-se de bons livros
porque tudo neles é contemporâneo e o leitor encontra aí a sociedade atual, dos hackers, das
finanças em crise, da violência,
da imprensa etc.", diz Gouvenain à Folha. ""Millennium" é
fundamentalmente otimista e
nos diz que, em nossa sociedade, mesmo se ela tem defeitos,
coisas podres, na medida em
que a Justiça, a polícia e a imprensa, os três poderes antitotalitaristas, funcionam, então
nem tudo estará perdido."
Críticas
As edições em inglês do primeiro volume de "Millennium"
vieram com loas de escritores
do calibre de Michael Connelly
("romance surpreendente") e
Michael Ondaatje ("originalíssimo"). A edição brasileira
acrescentou aí Luiz Alfredo
Garcia-Roza ("narrativa ágil e
inteligente") e o colunista da
Folha Contardo Calligaris
("não tem como largar o livro").
Nos EUA, a trilogia está há
quatro semanas na lista de mais
vendidos do jornal "New York
Times". Pouco depois do lançamento, a respeitada crítica literária do diário, Michiko Kakutani, destrinchou os ingredientes da trama: "psicodrama
sombrio de um filme de Bergman", "pirotecnia sinistra de
um thriller sobre um serial killer" etc. Kakutani também não
poupou elogios à trilogia, ainda
que com ressalvas:
"[Os dois protagonistas] são
pessoas convincentes, complexas e conflitadas, idiossincráticas ao extremo e suficientemente interessantes para compensar pela mecânica da trama,
que entra em pane quando o livro se aproxima de seu final
pouco satisfatório."
De volta à Suécia, onde um
em cada três habitantes já leu
os livros de Larsson, o sucesso
da trilogia levou o Museu da Cidade de Estocolmo (www.stadsmuseum.stockholm.se) a criar, no último verão sueco, um passeio turístico pelos
lugares descritos por Larsson.
Com 90 minutos, o "tour"
passa pelas ruas onde moram o
protagonista, onde fica o escritório da revista "Millennium"
etc. E logo será feito também
em inglês e francês.
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