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Reality show e livros refletem popularização da área
DE SÃO PAULO
Julgando pelo sucesso e
pela quantidade de lançamentos sobre arte, que refletem o interesse de não iniciados por essa esfera um tanto
árida, dá para dizer que o assunto nunca foi tão pop.
Há dois anos, quando Sarah Thornton terminava "Sete Dias no Mundo da Arte", o
artista Damien Hirst fez história com o leilão de suas
obras, vendendo US$ 270 milhões num grande espetáculo midiático na Sotheby's.
Mas depois da bancarrota
do Lehmann Brothers e a era
de vacas magras que pôs colecionadores em jejum, só
agora o mercado começa a
dar sinais de recuperação.
Entre a bonança e a falência, o mundo que espanta
com a ideia de gerar valores
astronômicos a partir de símbolos visuais tem ganhado
amplo terreno.
Enquanto o livro de Thornton foi parar nas listas de
mais vendidos, executivos
da televisão viram nas cifras
infladas do circuito outra
oportunidade de negócios.
Não menos fashion, e também adepta da dobradinha
champanhe e Prada, Sarah
Jessica Parker, ex-estrela de
"Sex and the City", produziu
em Nova York um reality
show com a missão de descobrir, tal como "Ídolos", o próximo grande artista plástico.
"Work of Art", que foi ao ar
até agosto nos Estados Unidos, terminou apontando
Abdi Farah o próximo grande
artista americano. Negro de
origem humilde, Farah desbancou seus adversários
com esculturas tortuosas do
próprio corpo, carregadas de
certo misticismo religioso.
Quase que ao mesmo tempo, a alemã Isabelle Graw
lançou "High Price", livro
que analisa a ascensão de
uma cultura de culto a celebridades no meio das artes.
Em seu país, artistas também chamaram a atenção
criando uma clínica de reabilitação para artistas plásticos
que abusaram das drogas, tal
como certas estrelas do rock.
Outra história de vitória
pessoal e falta de escrúpulos,
o filme "Boogie Woogie",
lançado este ano em DVD,
mostra uma artista em ascensão que engana seu produtor, faz um filme pornô com
sua galerista e estreia com
elogios da crítica num golpe
vistoso de marketing.
(SM)
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