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POP
Gaúcho lança CD influenciado pela música francesa e estréia no cinema com o média-metragem "Apartment Jazz"
Jupiter entra em novas órbitas sonoras
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Ele já teve música na abertura da
novela global "Top Model" (89)
-quando tocava na banda Cascavelettes-, reinventou-se como
artista psicodélico em plenos anos
90 e depois brincou de cantar bossa nova em inglês.
O gaúcho Flávio Basso, 34, mais
conhecido como Jupiter Apple, já
esteve muitas vezes perto do sucesso no restrito mercado do rock
brasileiro. Com "Hisscivilization", seu terceiro disco solo, ele
joga tudo para o alto e embarca de
vez na música anticomercial.
Um dos melhores letristas de
sua geração, Jupiter adota o inglês
na maioria das composições, para
lamúria de fãs de canções como
"O Novo Namorado" e "Eu e Minha Ex". Em alguns versos, arrisca timidamente o português, o francês e até o latim. Interesse pelo mercado estrangeiro e sinal de cansaço após anos de batalha por
um lugar na música brasileira?
"Não é uma questão de mercado. Quero me comunicar com o
maior número de pessoas. Com o
inglês, minha música pode ser
mais universal", explica o artista.
"Sob um ponto de vista extremamente intelectual, o português
pode ser elitista."
Jupiter tem noção de que, nas
atuais circunstâncias do rock brasileiro, há pouco interesse de gravadoras locais por tal opção. "Sou
meio lunático, fiquei possuído pelo conceito do álbum", define.
A escolha por tal estética explica
em grande parte sua volta ao underground, após uma parceria
com a gravadora Trama em 1999.
"Sinto-me indo contra a maré. Vivo apenas de música, meu padrão
de vida sempre oscila", diz.
"Hisscivilization" é, portanto,
uma continuação de seu trabalho
anterior, "Plastic Soda" (99), recheado de influências de rock psicodélico e bossa nova, e traz uma
nova banda de apoio: uma vocalista (Talitha F. Jones) e participações de Fabio Golfetti (Violeta de
Outono) na cítara.
O vocal feminino acentua sua
nova obsessão: França. "Tenho
escutado muito Stereolab e Françoise Hardy", explica. No "pacote
jupiteriano", novas atividades começam a aparecer. Quem for ao
lançamento do disco em São Paulo, no próximo sábado, às 21h, no
MAM (av. Pedro Álvares Cabral,
s/nš, pq. Ibirapuera, tel. 0/ xx/11/
5549-9688, ingr. R$ 10) vai assistir
ao média-metragem "Apartment
Jazz", estréia de Jupiter como cineasta. "É um filme sobre dois desocupados, narrado em francês e
falado em inglês. Tem influências
da nouvelle vague e François
Truffaut", explica.
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