São Paulo, sexta-feira, 25 de novembro de 2005

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CINEMA

Reabertura, hoje, do reformado HSBC Belas Artes, confirma tendência de retoques visuais nas salas de São Paulo

Cirurgia estética remodela cinemas de SP

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

A moda da cirurgia estética chegou ao cinema. Inaugurado em maio do ano passado, o HSBC Belas Artes fechou suas portas há quatro semanas, para reforma. Reabre hoje, repaginado.
A obra consumiu R$ 1 milhão, segundo o exibidor André Sturm, e tem relação com o aumento de público. O Belas Artes estava ameaçado de fechar em 2005, antes de passar à administração de um consórcio formado por Sturm e a produtora O2 Filmes, do cineasta Fernando Meirelles.
"Com o bom público nos finais de semana, a circulação ficou prejudicada no saguão. E havia pouco espaço para o atendimento na bombonière", aponta Sturm.
Além de corrigir esses aspectos, a reforma deu ao cinema "uma janela para a [rua da] Consolação, criando um ambiente mais agradável no mezanino", novo sistema de som em duas das seis salas e um quiosque para venda de CDs, DVDs e cartazes de filmes.
Qualquer semelhança entre a janela para a rua do HSBC Belas Artes e a vitrine transparente que caracteriza seu mais novo concorrente na região da avenida Paulista (o Reserva Cultural, inaugurado em junho passado) é mera coincidência, segundo Sturm. "Nossa reforma já estava sendo planejada desde janeiro", diz.
O proprietário do Reserva Cultural, Jean-Thomas Bernardini, não tem motivos para duvidar, mas acredita que a abertura de seu cinema mexeu com a concorrência. "Em geral, os cinemas que não estavam adequados estão se adaptando. É a tendência. Com o Cine Bombril já foi assim."
Cine Bombril é o nome de (re)batismo das salas Cinearte, no Conjunto Nacional, reinauguradas no mês passado, com decoração moderna e acessórios de grife.
No campo das novidades, o Cine Bombril corre também por outra pista: a da venda de ingressos com lugar marcado.
Embora reformas e reinaugurações indiquem o revigoramento do combalido circuito da Paulista, os exibidores não cantam vitória.
A média de ocupação das salas do Reserva Cultural está em 33%. "Gostaríamos que fosse maior", diz Bernardini. Sturm afirma que os números do HSBC Belas Artes melhoravam "mês a mês", até junho passado, "quando houve queda generalizada, no circuito independente e no de multiplex".
Queda não é palavra que se ouve de Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, em relação às novas salas da rede (líder no país) no shopping Iguatemi.
Campeão do cuidado estético e auto-intitulado "cine-butique", o Cinemark Iguatemi, aberto no mês passado, "já registra 60% de ocupação em alguns fins de semana", segundo Fernandes.
O Iguatemi "roubou" público do Villa-Lobos (também Cinemark) e do Kinoplex Itaim (do concorrente Severiano Ribeiro), na avaliação de Fernandes.
"Não gosto de polemizar, mas é muito cedo para o Valmir falar uma coisa dessas", diz Francisco Pinto, diretor de planejamento e expansão da Severiano Ribeiro.
"Quando um cinema abre, todo mundo vai porque é novidade. É preciso três meses para auferir o comportamento do público."
Satisfeito com a performance do Kinoplex Itaim -terceira maior média de ocupação dos cinemas Severiano Ribeiro no país, atrás do Iguatemi (Rio) e do Boa Vista (Recife)-, o grupo inaugurou nesta semana mais sete salas Kinoplex em São Paulo (Osasco).
Foram investidos R$ 7 milhões. "Nossa proposta é diversão e lazer para o público jovem. A decoração é supermoderna", diz Pinto, definindo a tendência do verão.


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