|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
Reabertura, hoje, do reformado HSBC Belas Artes, confirma tendência de retoques visuais nas salas de São Paulo
Cirurgia estética remodela cinemas de SP
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A moda da cirurgia estética chegou ao cinema. Inaugurado em
maio do ano passado, o HSBC Belas Artes fechou suas portas há
quatro semanas, para reforma.
Reabre hoje, repaginado.
A obra consumiu R$ 1 milhão,
segundo o exibidor André Sturm,
e tem relação com o aumento de
público. O Belas Artes estava
ameaçado de fechar em 2005, antes de passar à administração de
um consórcio formado por Sturm
e a produtora O2 Filmes, do cineasta Fernando Meirelles.
"Com o bom público nos finais
de semana, a circulação ficou prejudicada no saguão. E havia pouco espaço para o atendimento na
bombonière", aponta Sturm.
Além de corrigir esses aspectos,
a reforma deu ao cinema "uma janela para a [rua da] Consolação,
criando um ambiente mais agradável no mezanino", novo sistema de som em duas das seis salas
e um quiosque para venda de
CDs, DVDs e cartazes de filmes.
Qualquer semelhança entre a janela para a rua do HSBC Belas Artes e a vitrine transparente que caracteriza seu mais novo concorrente na região da avenida Paulista (o Reserva Cultural, inaugurado em junho passado) é mera
coincidência, segundo Sturm.
"Nossa reforma já estava sendo
planejada desde janeiro", diz.
O proprietário do Reserva Cultural, Jean-Thomas Bernardini,
não tem motivos para duvidar,
mas acredita que a abertura de
seu cinema mexeu com a concorrência. "Em geral, os cinemas que
não estavam adequados estão se
adaptando. É a tendência. Com o
Cine Bombril já foi assim."
Cine Bombril é o nome de
(re)batismo das salas Cinearte, no
Conjunto Nacional, reinauguradas no mês passado, com decoração moderna e acessórios de grife.
No campo das novidades, o Cine Bombril corre também por outra pista: a da venda de ingressos
com lugar marcado.
Embora reformas e reinaugurações indiquem o revigoramento
do combalido circuito da Paulista,
os exibidores não cantam vitória.
A média de ocupação das salas
do Reserva Cultural está em 33%.
"Gostaríamos que fosse maior",
diz Bernardini. Sturm afirma que
os números do HSBC Belas Artes
melhoravam "mês a mês", até junho passado, "quando houve
queda generalizada, no circuito
independente e no de multiplex".
Queda não é palavra que se ouve de Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, em relação às
novas salas da rede (líder no país)
no shopping Iguatemi.
Campeão do cuidado estético e
auto-intitulado "cine-butique", o
Cinemark Iguatemi, aberto no
mês passado, "já registra 60% de
ocupação em alguns fins de semana", segundo Fernandes.
O Iguatemi "roubou" público
do Villa-Lobos (também Cinemark) e do Kinoplex Itaim (do
concorrente Severiano Ribeiro),
na avaliação de Fernandes.
"Não gosto de polemizar, mas é
muito cedo para o Valmir falar
uma coisa dessas", diz Francisco
Pinto, diretor de planejamento e
expansão da Severiano Ribeiro.
"Quando um cinema abre, todo
mundo vai porque é novidade. É
preciso três meses para auferir o
comportamento do público."
Satisfeito com a performance
do Kinoplex Itaim -terceira
maior média de ocupação dos cinemas Severiano Ribeiro no país,
atrás do Iguatemi (Rio) e do Boa
Vista (Recife)-, o grupo inaugurou nesta semana mais sete salas
Kinoplex em São Paulo (Osasco).
Foram investidos R$ 7 milhões.
"Nossa proposta é diversão e lazer
para o público jovem. A decoração é supermoderna", diz Pinto,
definindo a tendência do verão.
Texto Anterior: Popload: O disco do ano. O deste e os dos próximos 48 Próximo Texto: Lugar marcado divide exibidores e público Índice
|