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Novo disco, recusado por gravadora, traz funk selvagem do Rio e do deserto
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma gravadora deu um teclado novo aos Super Elegantes, e também uma equipe para
ajudar a compor um novo disco. Na condição de que voltassem com cinco músicas, mandou todos para um retiro criativo de cinco meses no deserto de
Joshua Tree, na Califórnia.
"Quando a gente voltou, perguntaram que drogas a gente tinha fumado o tempo todo, porque todas as músicas eram uma
porcaria", conta Milena Muzquiz. Diante do problema, o advogado da dupla correu para
anular o contrato. "Eles gostaram de se livrar da gente, e a
gente ganhou um teclado novo", comemora Muzquiz.
E foi com o novo equipamento que fizeram as faixas do segundo disco dos Super Elegantes, "Nothing Really Matters",
que será lançado na semana
que vem, no site www.lossuperelegantes.com. Se comparado ao disco de estréia da
dupla, "Channelizing Paradise", de 2002, soa como mais do
mesmo: a mistura inusitada de
funk carioca, cumbia, chanson
française e música eletrônica.
A canção "Fla and Flu", com
vídeo já disponível on-line, surgiu de uma temporada da dupla
no Rio, onde tomaram banho
numa cascata na casa do artista
Tunga e se aproximaram mais
do funk. "É como as pessoas da
favela criam um novo estilo,
selvagem", diz Lopez-Crozet.
"Africa", que narra uma festa
na selva, traz esses samples
funkeados e deve embalar os
passos da Gisele amazonense
na performance da Bienal, tanto que um dos versos pergunta:
"Te sientes funky now?".
(SM)
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