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Por carta, USP despeja museu de sua sede
Reitor pede de volta ao Instituto de Arte Contemporânea espaço cedido desde 2001; universidade diz ter planos para o local
IAC planeja exposição para depois do fim do prazo da desocupação e reivindica antecedência no aviso para retirada
FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO
O Instituto de Arte Contemporânea foi despejado de
sua sede, em carta datada do
dia 4 deste mês, pelo reitor da
Universidade de São Paulo,
João Grandino Rodas.
Em 2001, a USP formalizou
um convênio de colaboração
com o IAC por cinco anos, renovado por mais cinco.
Esse prazo termina em 18
de janeiro. O reitor solicitou
que o prédio esteja desocupado no dia seguinte. O convênio prevê que o IAC ocupe
parte do edifício Joaquim Nabuco, no Centro Universitário Maria Antonia (Ceuma).
"Estamos surpresos, gostaríamos de entender as razões, pois temos já um programa de exposições definido e com patrocínio captado
em 2011", disse Pedro Mastrobuono, presidente do IAC.
O instituto abriu uma mostra anteontem, prevista para
ser fechada em 27/2, mais de
um mês depois do prazo dado pela USP para a saída.
COMUNICADO INFORMAL
"Não temos nada contra
ninguém. Apenas terminou o
contrato e a universidade
tem projetos para ocupar
aquele espaço já no primeiro
semestre. Queremos expor
parte da coleção da massa falida do Banco Santos, que está sob nossa guarda", conta
Maria Arminda do Nascimento Arruda, pró-reitora de
Cultura e Extensão da USP.
Segundo ela, apesar da
carta ser recente, o IAC já havia sido comunicado informalmente das intenções da
universidade.
"Eu não quero polemizar
com a USP, mas nós não poderíamos tomar medidas
sem um comunicado oficial.
Deveriam ter nos procurado
antes, mas há uma cláusula
no contrato que prevê a desocupação apenas seis meses
após a notificação", afirma
Mastrobuono.
Ele diz que recebeu a carta
na semana passada, por isso
ainda não sabia os destinos
da instituição: "Preciso ouvir
a diretoria e os mantenedores. Gastamos quase R$ 5 milhões na reforma do prédio".
A pró-reitora de Cultura e
Extensão disse que o despejo
não tem relação com as polêmicas em que o IAC esteve
envolvido quando o Ministério Público Federal investigou a instituição por um suposto desvio de finalidade no
uso de dinheiro público.
"Essa polêmica já acabou.
O ministério recusou a representação e foi pedido o arquivamento do caso há uns 40
dias", afirma Mastrobuono.
Parte do edifício Joaquim
Nabuco não foi terminado, o
que cabe à própria USP. O
Ceuma diz que a reforma deve estar pronta em 2012.
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