São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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CRÍTICA RESTAURANTE

Zeffiro serve cozinha acolhedora

Em clima caseiro, restaurante aposta na cozinha italiana sem pretensões e em pratos triviais

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Restaurantes servindo uma cozinha com ar caseiro, à la carte, têm um espaço cada vez maior a ser ocupado.
Não sei se foi pensando nisso que se criou o Zeffiro, mas é esse seu maior mérito, proposital ou não.
Cozinha caseira é aquela que se come sem dificuldade, é sem pretensões e tem aquele tom acolhedor.
O Zeffiro começa por parecer uma grande casa pois foi mesmo uma casa de família, do avô da proprietária, ainda com a aparência que ela teve no passado. Até mesmo mobiliário antigo (inclusive rádio e televisão) foi recuperado, e revistas e livros do avô dos atuais proprietários foram colocados à mostra.
Os donos são o casal Eder Luiz Peres, 55, e sua mulher, Vera Lucia Lorenzi Damaso, 54, neta do Zeffiro que deu nome ao restaurante.
Eles alugaram a casa dos demais herdeiros e passaram dois anos na reforma, até abrir o restaurante em junho último. Para a concepção, contaram, e contam, com a consultoria de Eduardo Scott, sócio do Bistrô Charlô.
O cardápio foi pensado como italiano. Mas além disso, acrescenta pratos triviais. A cozinha é tocada por dois profissionais. O chef José Bella Cruz, que trabalhou oito anos no La Vecchia Cucina, é o responsável pelas massas, molhos e recheios.
Joel Morais, ex-Charlô, cuida das demais preparações. Como a ideia foi fazer uma casa italiana, nos antepastos há uma seção de brusquetas, que no entanto são decepcionantes pelo pão seco e duro que abriga as coberturas (pesto com ricota; tomate; legumes grelhados e lascas de parmesão; cogumelos; tomate e mozzarela).
Do fogão, o músculo ao molho de vinho tinto é bem cozido e apurado e, como todas as carnes, pode ser pedido com um dos acompanhamentos (por exemplo, os pappardelle na manteiga caíram bem; já a polenta mole é um tanto aguada e insípida).
Outra opção, o bife à milanesa, pode vir na popular versão ao forno: à parmigiana. Também do forno vem um peixe do dia, bem-feito, e o pernil, que no entanto em lugares mais simples pode ter mais sabor.
Se a cozinha tem sabor caseiro, é claro que tem muitas massas. São escolhidas pelo formato penne, talharim, nhoque de batata e outras, e recheadas como ravióli de mozzarela de búfala e tortelloni de carne assada.
A elas se acrescenta o molho à escolha: por exemplo, tomate e manjericão; ragu de calabresa; pesto; ragu de rabada; frutos do mar. É um setor bem satisfatório e bem em conta, com pratos em torno de R$ 15.
Há também grelhados (da chuleta ao galeto) e sobremesas simples (pudim de leite, musse de chocolate), ao lado do inevitável petit gâteau e do tiramisù.

josimar@basilico.com.br

ZEFFIRO

ENDEREÇO r. Frei Caneca, 669, Consolação, tel. 0/ xx/11/3259-0932
FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das 12h às 15h e das 18h às 0h; sáb. e dom., das 12h à 0h
AMBIENTE uma casa antiga, com móveis de época
SERVIÇO nada especial
VINHOS oferta modesta, mas de bons preços
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 5 a R$ 28; pratos, de R$ 13 a R$ 38; acompanhamentos, de R$ 8 a R$ 10; sobremesas, de R$ 5 a R$ 8


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