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CRÍTICA RESTAURANTE
Zeffiro serve cozinha acolhedora
Em clima caseiro, restaurante aposta na cozinha italiana sem pretensões e em pratos triviais
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Restaurantes servindo
uma cozinha com ar caseiro,
à la carte, têm um espaço cada vez maior a ser ocupado.
Não sei se foi pensando nisso
que se criou o Zeffiro, mas é
esse seu maior mérito, proposital ou não.
Cozinha caseira é aquela
que se come sem dificuldade,
é sem pretensões e tem aquele tom acolhedor.
O Zeffiro começa por parecer uma grande casa pois foi
mesmo uma casa de família,
do avô da proprietária, ainda
com a aparência que ela teve
no passado. Até mesmo mobiliário antigo (inclusive rádio e televisão) foi recuperado, e revistas e livros do avô
dos atuais proprietários foram colocados à mostra.
Os donos são o casal Eder
Luiz Peres, 55, e sua mulher,
Vera Lucia Lorenzi Damaso,
54, neta do Zeffiro que deu
nome ao restaurante.
Eles alugaram a casa dos
demais herdeiros e passaram
dois anos na reforma, até
abrir o restaurante em junho
último. Para a concepção,
contaram, e contam, com a
consultoria de Eduardo
Scott, sócio do Bistrô Charlô.
O cardápio foi pensado como italiano. Mas além disso,
acrescenta pratos triviais.
A cozinha é tocada por
dois profissionais. O chef José Bella Cruz, que trabalhou
oito anos no La Vecchia Cucina, é o responsável pelas
massas, molhos e recheios.
Joel Morais, ex-Charlô, cuida
das demais preparações.
Como a ideia foi fazer uma
casa italiana, nos antepastos
há uma seção de brusquetas,
que no entanto são decepcionantes pelo pão seco e duro
que abriga as coberturas
(pesto com ricota; tomate; legumes grelhados e lascas de
parmesão; cogumelos; tomate e mozzarela).
Do fogão, o músculo ao
molho de vinho tinto é bem
cozido e apurado e, como todas as carnes, pode ser pedido com um dos acompanhamentos (por exemplo, os
pappardelle na manteiga caíram bem; já a polenta mole é
um tanto aguada e insípida).
Outra opção, o bife à milanesa, pode vir na popular
versão ao forno: à parmigiana. Também do forno vem
um peixe do dia, bem-feito, e
o pernil, que no entanto em
lugares mais simples pode
ter mais sabor.
Se a cozinha tem sabor caseiro, é claro que tem muitas
massas. São escolhidas pelo
formato penne, talharim,
nhoque de batata e outras, e
recheadas como ravióli de
mozzarela de búfala e tortelloni de carne assada.
A elas se acrescenta o molho à escolha: por exemplo,
tomate e manjericão; ragu de
calabresa; pesto; ragu de rabada; frutos do mar. É um setor bem satisfatório e bem em
conta, com pratos em torno
de R$ 15.
Há também grelhados (da
chuleta ao galeto) e sobremesas simples (pudim de leite,
musse de chocolate), ao lado
do inevitável petit gâteau e
do tiramisù.
josimar@basilico.com.br
ZEFFIRO
ENDEREÇO r. Frei Caneca, 669,
Consolação,
tel. 0/ xx/11/3259-0932
FUNCIONAMENTO de seg. a sex., das
12h às 15h e das 18h às 0h; sáb. e
dom., das 12h à 0h
AMBIENTE uma casa antiga, com
móveis de época
SERVIÇO nada especial
VINHOS oferta modesta, mas de
bons preços
CARTÕES A, D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 5 a R$ 28;
pratos, de R$ 13 a R$ 38;
acompanhamentos, de R$ 8 a R$
10; sobremesas, de R$ 5 a R$ 8
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