São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

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Crítica

Herói não é mais o mesmo nos anos 2000

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A primeira imagem de "Missão Impossível 3" (TC Premium, 17h45; não indicado a menores de 12 anos) é toda tensão. Temos o rosto machucado, mas sobretudo agoniado, do já conhecido Ethan Hunt (famoso por ser o herói dos outros dois filmes e, claro, por ser Tom Cruise). Amarrado, portanto impedido, ele assiste à sua mulher na eminência de ser explodida pelo vilão.
Essa condição limítrofe de um herói não é inusual no cinema de ação americano dos anos 2000. Está claro, diante de um "Homem Aranha", "Cavaleiro das Trevas" ou "Miami Vice", por exemplo, que os cineastas contemporâneos absorveram a ótima lição dos anos 60-70, quando a potência sanitizante do herói foi posta em xeque.
Não que Hunt faça feio em "MI-3", mas será dramático seu empenho para manter o casamento intacto em meio a tantos percalços.
Não há mais espaço para os durões nos anos 2000? Talvez seja melhor não responder, mas é fato que um astro como Tom Cruise não tem problemas em se assumir como maridinho fiel nos filmes de ação, ao passo que um Lee Marvin daria um belo soco em quem lhe propusesse tal personagem.


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