São Paulo, sexta, 25 de dezembro de 1998

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VIDA BANDIDA
A pérola

VOLTAIRE DE SOUZA
É Natal. Tempo de amor. Tempo de panetone. Há bons panetones industrializados. Mas dona Iracema preferia fazer em casa. Grande quituteira. E um grande coração. Distribuía seu excelente panetone artesanal junto à população carente do bairro. "O pobre também tem paladar." Voltou para casa com fermento na alma. Mas deu pela falta do seu brinco de pérola. "Perdi? Roubaram?" O acusado foi o segurança Genival. Estará ouvindo a Missa do Galo no DP da região. Mas a pérola, misturada à massa do panetone, foi engolida pelo indigente Bilu. Desconhecemos as riquezas que temos dentro de nós.



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