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Síndrome de Gisele toma conta da moda brasileira
Cristiano/Especial para a Folha
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A modelo Talytha, nova aposta internacional, vista aqui em registro do fotógrafo Cristiano inspirado pelo livro "Go-Sees", do alemão Juergen Teller, que reproduz a atmosfera de uma seleção de modelos; a foto foi feita na manhã de domingo, assim que ela chegou de Paris |
Modelos se inspiram na top gaúcha Gisele Bündchen, que desfila para Zoomp e Triton no MorumbiFashion Brasil, que começa amanhã em SP
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ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
A oitava edição do MorumbiFashion Brasil começa amanhã
em São Paulo em clima de "Síndrome de Gisele". É que só se fala
em Gisele Bündchen, a modelo
gaúcha que conquistou o Planeta
Fashion aos 19 anos, ficou milionária e inspira estilistas e fotógrafos em todo o mundo.
Por aqui, uma geração inteira
de new faces (como são chamadas
as novas modelos) entra na profissão visando um sucesso semelhante ao de Gisele. "Elas se espelham até na forma de andar, tentando ser Gisele, a única brasileira
que conquistou o mundo. Temos
várias modelos que alcançaram o
estrelato, mas nunca como Gisele.
Todas querem ser como ela", diz
Jefferson Gardelli, 26, booker
(agente) da Next.
"Gisele é a modelo mais famosa
que o Brasil já teve. É o sonho de
todas as meninas. A prova disso é
a procura enorme pela carreira de
modelo desde que Gisele estourou", diz Anderson Baumgarden,
23, booker da agência Marilyn.
"Tudo em Gisele é perfeito. Só a
metade do sucesso dela já está
bom para mim", suspira Isabella
Tavares, 14, que começou aos 12
anos e é a aposta da marca Forum
nesta temporada. "Gisele é um
exemplo de personalidade, é a número um, tem garra, é linda e maravilhosa", empolga-se Raica, 16,
sua colega de agência, primeira
colocada no concurso Dakota Elite e a segunda na final mundial.
Mesmo as modelos mais experientes saem do Brasil para seguir
a esteira de Gisele. A primeira foi
Fernanda Tavares, que pegou carona no hype das formas voluptuosas e virou garota Louis Vuitton, entre outros trabalhos de vulto. Isabelli Fontana, 16, foi a próxima. Ela desfila amanhã, com exclusividade, para a M.Officer e faz
a campanha da marca ao lado de
outra "wanna-be-like-Gisele"
("quero ser como Gisele"), Ana
Claudia (agência Mega), apontada como a grande ausência deste
MorumbiFashion Brasil.
Desde a primeira edição do
evento, Ana Claudia Michels sempre desfilou. É que ela fotografa
de hoje a 31 de janeiro capas para
"Vogue" inglesa e francesa (depois de ser capa da "Vogue" Itália,
uma das mais importantes do
mercado). E acaba de fechar contrato para um perfume Versace.
Mariana Weickert (Ford), também em franca carreira internacional, é exclusiva da Ellus nesta
temporada, em que desfila ao lado da sudanesa Alek Wek. Talytha, da Next, é outra aposta.
Nascida em Valinhos (SP), há
dois anos no mercado, ela mora e
trabalha em Paris. "Nunca tinha
pensado em ser modelo. Mas
quando era adolescente, sempre
diziam que eu ia ser modelo porque era alta e magra". Na Europa,
já desfilou para Dior, Ungaro,
Chanel, John Galiano e LouisVuitton; esta semana fez "Vogue" Itália com Paolo Roversi.
Este é seu segundo MorumbiFashion Brasil, com nove desfiles.
Entre guerras de advogados e
agentes, os estilistas disputam a
tapa a presença de Gisele em suas
passarelas. Ela vai desfilar para a
Zoomp e também para a Triton,
que estréia no evento no domingo, em contrato fechado ontem.
"O desfile da Triton é inspirado
no fato de que todas as meninas
querem ser top models. Todas
querem ser Gisele, mesmo que
por um dia", diz Giovanni Bianco, que cria a imagem da Triton e
Forum junto com Tufi Duek.
"Mesmo os pais querem isso:
quem não quer ter uma filha que
tem US$ 10 milhões no banco?
Virou business ter filho bonito."
Colaboraram Cesar Fassina e Carolina Delboni, especial para a Folha
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