|
Texto Anterior | Índice
Cássia Eller era alérgica a xilocaína
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
A irmã de Cássia Eller, Carla
Eller, disse que sua irmã era alérgica a adrenalina e xilocaína
-medicamentos dados a ela na
clínica Santa Maria, durante as
manobras de ressuscitação depois
das paradas cardíacas.
Ontem a direção do IML confirmou oficialmente que a xilocaína
foi a única substância detectada
nos exames toxicológicos feitos
no IML (Instituto Médico Legal)
do Rio. Não foram encontradas
drogas nem álcool nos exames toxicológicos, cujo resultado foi revelado anteontem pela Folha.
A polícia não confirma oficialmente, mas não descarta a hipótese de que sejam pedidos novos
exames toxicológicos e até a exumação do corpo da cantora.
Para a diretora do IML, Sílvia
Falcão, é improvável que tenha
ocorrido um choque anafilático
por alguma reação a medicamentos, porque o choque anafilático é
uma reação muito rápida, que seria percebida tanto no hospital
como na necropsia.
A Folha apurou que a necropsia
de Cássia não encontrou o que se
chama de edema de glote -o inchaço e fechamento da glote
(abertura existente na laringe).
"Por enquanto, o que sabemos é
que ela não morreu pelo uso de
drogas nem de álcool", afirmou a
diretora do IML. Sílvia Falcão disse que o álcool é a única substância que, por ser metabolizada
mais rapidamente, poderia ter sido eliminada do corpo de Cássia,
já que ela estava tomando soro.
"Se houvesse drogas ilícitas, elas
apareceriam nos exames", afirmou. Na sua avaliação, a causa da
morte virá dos exames histopatológicos e das informações hospitalares -o que poderá levar a um
diagnóstico de morte natural.
O chefe de Polícia Civil, Álvaro
Lins, disse que não há por que duvidar dos exames toxicológicos
feitos no IML. "Só podemos pensar em exumação se existir uma
coisa concreta, que até agora não
existe", afirmou o chefe de polícia.
A diretora do IML disse que não
vê necessidade de repetir os exames toxicológicos, porque o resultado deles é muito claro, mas
que o material estará à disposição
da polícia e de quem quiser fazer
exames para contraprova.
A polícia investiga também se
houve erro no atendimento dado
a Cássia na clínica Santa Maria.
Carla Eller, por enquanto, prefere
não cogitar essa hipótese: "Não
quero falar em erro médico. Não
recebi da clínica informação sobre o que ela tomou. Estamos felizes porque os exames toxicológicos foram negativos".
Falta, porém, esclarecer o que
teria provocado a parada cardíaca, já que só depois disso Cássia
tomou adrenalina e xilocaína. É
isso que o IML está tentando descobrir, com o auxílio das informações solicitadas à clínica.
O Cremerj (Conselho Regional
de Medicina do Rio) informou
que irá abrir sindicância para
apurar o caso e que está esperando receber o laudo do IML e uma
cópia do inquérito da delegacia
para tomar essa providência.
A Folha procurou ontem o diretor da clínica, Mário Heringer,
mas ele não foi encontrado. No
escritório do advogado da clínica,
Luiz Marcelo Lubanco, funcionários informaram que ele estava
em São Paulo. Lubanco também
não respondeu aos recados deixados em seu celular.
A companheira da cantora, Eugênia Martins, divulgou ontem
nota dizendo que está com Chicão, filho de Cássia, na casa de
amigos no Espírito Santo. ""Ele
não está sumido como insiste em
afirmar seu avô materno, Altair
Eller." Carla Eller disse que toda a
família concorda que Eugênia deve ficar com a guarda do menino.
Texto Anterior: Panorâmica - Aniversário: Autor na Praça tem livros sobre SP Índice
|