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FILMES
CINEMA
Curta reconstitui a missão de Gentileza
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
É no mínimo estranho que um
homem decida viver sua vida
imerso em pureza, pregando todos aqueles valores que aprendemos na infância como necessários
e que renegamos em prol da sobrevivência. E se esse homem
aparentemente louco virasse uma
referência para uma metrópole
como o Rio de Janeiro, como chamaríamos isso? Milagre?
Assim foi a vida de José Datrino,
dito Gentileza, tema do curta
"Gentileza" (2003), atração de hoje do canal Brasil. Por 35 anos, este
paulista de Mirandópolis pregou
a paz, a beleza e a perfeição. "Não
use problemas, use gentileza" e
"gentileza gera gentileza" eram alguns de seus lemas.
O personagem deixou 56 painéis pintados com essas inscrições nos pilares do viaduto do Caju, na zona portuária do Centro
do Rio. Foi motivo de chacota pelas suas vestes brancas, sua folha
de palmeira e sua tábua florida,
mas também foi querido por
aqueles que o presenciavam.
Sua morte, em 1996, aos 79, na
cidade de Mirandópolis, foi sentida no Rio. Era como se a cidade tivesse perdido um de seus elos
com a esperança no ser humano,
ao despedir-se do louco que disse
ter recebido, em 1961, a missão de
pregar o amorrr universal (para
ele, esse amor se escrevia com três
"r", um para cada ente da Santíssima Trindade).
Para um personagem dessa
magnitude, Dado Amaral optou
por um caminho bem abaixo do
que o profeta merecia. Vestindo
as roupas e usando os apetrechos
que Gentileza usava, ele apenas
encarna o mítico personagem pelas ruas do Rio, na intenção de
perceber a ausência e a saudade
do profeta no seio da população.
Essa saudade é alcançada, mas
pouco da história é trazido. Afora
os preciosos depoimentos do próprio Datrino, resta pouco do profeta-artista, refletindo uma curtíssima visão do personagem-tema.
Decerto Gentileza era uma flor de
humildade, mas sua história e seu
legado ainda merecem mais.
GENTILEZA. Quando: hoje, às 23h15, no
canal Brasil.
Julgamento americano
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Festim Diabólico", de
Hitchcock, é bem mais conhecido do que "Estranha
Compulsão" (Telecine
Classic, 22h), de Richard
Fleischer.
Ambos os filmes têm como princípio o caso de dois
rapazes que, por se julgarem intelectualmente acima
dos homens comuns -e
moralmente ao largo- ,
matam um jovem. Hitchcock centrou sua trama no
fato e no suspense.
Fleischer privilegia o julgamento -momento de
juízo, tão caro ao cinema
americano-, quando ganham destaque a figura e o
discurso do advogado Orson Welles.
De resto, é uma oportunidade a mais para comprovar o talento de Fleischer. E,
de passagem, para verificar
que nem só de musicais caidaços vive hoje o Telecine
Classic.
Meu Pai Herói
SBT, 14h30.
(My Father the Hero). Inglaterra, 94, 90
min. Direção: Steve Miner. Com Gérard
Depardieu, Katherine Heigi. Adolescente
mimada, passando férias com o pai, faz o
que pode e o que não pode para
comover o jovem bonitão a quem
paquera. Entre outras, inventar histórias
que transformam o pai em amante
violento. O pai se vê obrigado a cooperar
com essas histórias.
O Trapalhão e a Luz Azul
Globo, 16h10.
Brasil, 99. Direção: Paulo Aragão e
Alexandre Boury. Com Renato Aragão,
Dedé Santana. A base é um conto dos
irmãos Grimm. Na prática, Didi é, como
sempre, ajudante de alguém. Ele vai a
uma Arábia de conto de fadas para
libertar bela princesa das mãos do vizir
malvado com quem deve casar.
X-Men - O Filme
Globo, 22h10.
(X-Men). EUA, 2000. Direção: Bryan
Singer. Com Patrick Stewart, Ian
McKellen. No futuro, grupo de mutantes
dotados de superpoderes rebelam-se e
tentam dominar o mundo. Filme bom
para justificar a frase de Louis Skorecki,
segundo a qual mutantes são uma das
idéias mais cretinas jamais criadas.
Assassinato Perfeito
Globo, 1h30.
(In Her Defense). Canadá, 1998, 94 min.
Direção: Sidney J. Furie. Com Marlee
Matlin, Michael Dudiko, Daniel Pilon.
Matlin é uma deficiente que seduz um
jovem advogado e o induz a ajudá-la a
matar o marido, depois que este os flagra
juntos. Para completar, no tribunal o
amante assumirá a culpa. Ainda haverá
surpresas, mas não espere que elas
venham da direção de Furie. Filme
escolhido na sessão "Intercine".
Segredos do Passado
Globo, 3h15.
(Deadly Family Secrets). EUA, 95, 95 min.
Direção: Richard T. Heffron. Com Loni
Anderson, Greg Evigan. Ao voltar à sua
cidade, a executiva Loni Anderson
testemunha um assassinato. Não só isso:
esse é o ato que abre um baú familiar
meio assombrado. Feito para TV.
(IA)
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