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Cinema Tocado volta em versão intimista e atmosfera nordestina
DA SUCURSAL DO RIO
Realizado na praia de Copacabana entre 2000 e 2003, o projeto
Cinema Tocado voltou anteontem ao calendário carioca em versão intimista e clima nordestino.
A trilha de "O Auto da Compadecida", de Guel Arraes, foi executada pelo grupo pernambucano Sa
Grama no Espaço Sesc, um teatro
também em Copacabana.
A primeira fase do projeto termina hoje, às 19h30, com DJ Dolores tocando a trilha de "Narradores de Javé", de Eliane Caffé.
Ontem, Carlos Malta e Pife Muderno interpretaram músicas de
"Eu Tu Eles", de Andrucha Waddington, dentre outras.
"A idéia não é se restringir às trilhas, até porque várias são muito
incidentais e podem não funcionar tão bem em shows. São apresentações inspiradas na temática
dos filmes", explica Ana Luisa
Marinho, curadora do Cinema
Tocado ao lado do músico Marcos Souza.
Os shows se transformarão em
DVDs duas vezes. Em um mês,
em versões de 26 minutos que serão exibidas antes dos filmes correspondentes no CineSesc, caminhão-cinema que faz sessões em
cidades do Estado do Rio.
Em um segundo momento, serão mais abrangentes, tanto no
tempo quanto no espaço: os
DVDs terão a íntegra dos shows e
mais informações sobre músicos
e trilhas. Ganharão distribuição
nacional por meio do recém-lançado selo Sesc.
Segundo Ana Luisa Marinho,
outros seis blocos de três shows
cada um acontecerão até o fim do
ano. Depois da abertura nordestina, o Rio deverá ser a base do segundo bloco, em março ou abril.
"Já estão previstos "Bossa Nova",
do Bruno Barreto, e "Copacabana", da Carla Camurati. Aí há inúmeras opções para se fazer os
shows a partir das trilhas", afirma
a curadora.
Início
A abertura da versão 2005 do
projeto surpreendeu boa parte
das cerca de 300 pessoas que estiveram, anteontem, no Espaço
Sesc. Embora já tenha gravado
cinco discos, sendo um deles a trilha do bem-sucedido "O Auto da
Compadecida" (2,1 milhões de espectadores só no cinema), o Sa
Grama continua pouquíssimo conhecido no eixo Rio-São Paulo.
Batizado com um nome hindu
dado à escala de sete notas, o grupo é formado por nove músicos
que unem suas formações eruditas a gêneros tradicionais do Nordeste, como o frevo, o coco, o maracatu, e outros menos conhecidos, como o cavalo-marinho.
"Cavalo-marinho é um folguedo tocado com extrema velocidade", disse à platéia Sérgio Campelo, professor de música que, em
1995, decidiu formar o Sa Grama
com alguns de seus alunos.
O grupo vai muito além da mera
reprodução das tradições do Nordeste graças a instrumentações
complexas, valendo-se de xilofone, marimba, percussões, flautas,
clarinete, clarone, violões, violas e
contrabaixo.
Além de tocar composições
próprias -especialmente de
Campelo e do violonista Cláudio
Moura- o grupo apresentou temas de autores importantes de
Pernambuco, mas pouco conhecidos aqui, como Lourival Oliveira e Dimas Sedícias.
(LFV)
CINEMA TOCADO -DJ DOLORES.
Quando: hoje, às 19h30. Onde: Espaço
Sesc (rua Domingos Ferreira, 160,
Copacabana, Rio de Janeiro, tel. 0/xx/
21/2547-0156). Quanto: entrada franca.
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