DA REPORTAGEM LOCAL

Helena Ignez nasceu em 1939, na Bahia, e adiantou-se ao século 21, como diria uma das inúmeras personagens que desempenhou no cinema, numa frase feita à medida para a atriz.
Loira e linda, Ignez apaixonou-se pelo cineasta Glauber Rocha quando eram pouco mais que adolescentes, portanto antes que seu gênio fosse reconhecido, suplantando preconceitos mantidos pela "society" soteropolitana à qual a família da atriz pertence.
Houve o casamento com Glauber e outro, artístico e afetivo, com Rogério Sganzerla -e os filhos com ambos. Total: dos poucos gênios que o cinema brasileiro produziu, Ignez foi musa e parceira de dois.
Em "Helena Zero - O Musicaos", curta que o Canal Brasil exibe amanhã, o cineasta Joel Pizzini faz um retrato cinematográfico e afetivo da atriz. Pizzini é casado com Paloma Rocha -filha de Ignez e Glauber.
"Helena Zero" começa com Ignez falando do despertar de sua sensibilidade artística pela música e pela dança.Traz imagens dela, quase sempre dançando, em seus filmes, desde "O Pátio" (Glauber Rocha, 1959) até "O Signo do Caos" (Rogério Sganzerla, 2003). E, com habilidade e inteligência, justapõe os trechos ao registro recente de Ignez praticando tai-chi-chuan, em sua atual fase espiritualista. Difícil pensar em melhor retrato para "a mulher de todos" os mistérios. (SA)

HELENA ZERO - O MUSICAOS
Quando: amanhã, às 17h30
Onde: Canal Brasil

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