São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

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Mutantes levam 50 mil a show no Ipiranga

Apresentação fez parte das comemorações dos 453 anos de São Paulo

O grupo, que não tocava em palcos brasileiros desde 1978, mostrou canções como "Balada do Louco" e "Ando Meio Desligado"


DA REPORTAGEM LOCAL

Com quase duas horas de apresentação e assistidos por cerca de 50 mil pessoas (segundo a Polícia Militar), os Mutantes voltaram a realizar show no Brasil ontem à noite, dentro das comemorações dos 453 anos da cidade de São Paulo.
O grupo havia subido ao palco no Brasil pela última vez em junho de 1978. O retorno aconteceu no parque da Independência, em frente ao museu do Ipiranga, em evento gratuito que teve também Tom Zé e a banda Nação Zumbi.
Além de Sérgio Dias (guitarra), Arnaldo Baptista (teclado) e Dinho Leme (bateria), da formação clássica do grupo, e Zélia Duncan nos vocais, os Mutantes foram acompanhados por uma banda de apoio. Tom Zé fez uma participação especial em duas canções: "Dois Mil e Um" e "Quase Bobagem".
Uma entrada teatral marcou o retorno dos Mutantes em palcos brasileiros. Às 20h15, ao som de uma marcha, Sérgio Dias, Arnaldo Baptista, Zélia Duncan e Dinho Leme apareceram no Monumento à Independência, na parte de trás, e caminharam marchando até o palco. Vestido como um mosqueteiro, Dias empunhava uma espada. Já Baptista usava uma batina preta. Duncan trazia um bolo em homenagem à cidade.
"Essa noite é um grande sonho que se realiza", disse Sérgio Dias. O repertório da apresentação foi semelhante ao do show feito em Londres em maio passado, transformado em CD e DVD.
Entre declarações de amor a São Paulo, sobrou espaço para citações políticas. Durante "El Justiciero", Sérgio Dias fez menção a Lula e Chávez. O público também deu tom político à festa, protestando contra o prefeito Kassab -presente na comemoração-, por conta do aumento das tarifas de ônibus.
O público empolgou-se com as canções mais conhecidas interpretadas pela banda, como "Minha Menina", "Baby", "Ando Meio Desligado". Num primeiro bis, tocaram "Bat Macumba" e "Panis et Circenses". Depois, voltaram e encerraram com "Balada do Louco".
No início da noite, algumas pessoas esperaram até 40 minutos nas filas para entrar no parque. Havia três entradas, e, em todas, era preciso passar por revista da Polícia Militar.
Desde o final da tarde, a maior parte das pessoas que estava na "fila do gargarejo" aguardava com ansiedade os Mutantes. Quem conseguiu colar na grade que separava o palco do gramado não arredou o pé mesmo com a chuva, que começou às 14h e só parou às 16h10, quando entrou a Nação.
"Cheguei às 13h15 e vim para ver os Mutantes por causa da história deles", disse Ana Paula Santos, 21. "Vi um show dos Mutantes em 1974", contou Zenaide Reggiani, 49, que acompanhava a filha Cecília, 23.
"Acho legal a Zélia [Duncan] ser a nova cantora, pois ela atende à minha geração e aos jovens também. Todo mundo aqui perto de mim diz que prefere a Zélia à Rita Lee", opinou Reggiani, apontando para meninas que gritavam o nome da nova vocalista dos Mutantes.


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