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Mutantes levam 50 mil a show no Ipiranga
Apresentação fez parte das comemorações dos 453 anos de São Paulo
O grupo, que não tocava em palcos brasileiros desde 1978, mostrou canções como "Balada do Louco" e "Ando Meio Desligado"
DA REPORTAGEM LOCAL
Com quase duas horas de
apresentação e assistidos por
cerca de 50 mil pessoas (segundo a Polícia Militar), os Mutantes voltaram a realizar show no
Brasil ontem à noite, dentro
das comemorações dos 453
anos da cidade de São Paulo.
O grupo havia subido ao palco no Brasil pela última vez em
junho de 1978. O retorno aconteceu no parque da Independência, em frente ao museu do
Ipiranga, em evento gratuito
que teve também Tom Zé e a
banda Nação Zumbi.
Além de Sérgio Dias (guitarra), Arnaldo Baptista (teclado)
e Dinho Leme (bateria), da formação clássica do grupo, e Zélia
Duncan nos vocais, os Mutantes foram acompanhados por
uma banda de apoio. Tom Zé
fez uma participação especial
em duas canções: "Dois Mil e
Um" e "Quase Bobagem".
Uma entrada teatral marcou
o retorno dos Mutantes em palcos brasileiros. Às 20h15, ao
som de uma marcha, Sérgio
Dias, Arnaldo Baptista, Zélia
Duncan e Dinho Leme apareceram no Monumento à Independência, na parte de trás, e
caminharam marchando até o
palco. Vestido como um mosqueteiro, Dias empunhava uma
espada. Já Baptista usava uma
batina preta. Duncan trazia um
bolo em homenagem à cidade.
"Essa noite é um grande sonho que se realiza", disse Sérgio
Dias. O repertório da apresentação foi semelhante ao do
show feito em Londres em
maio passado, transformado
em CD e DVD.
Entre declarações de amor a
São Paulo, sobrou espaço para
citações políticas. Durante "El
Justiciero", Sérgio Dias fez
menção a Lula e Chávez. O público também deu tom político
à festa, protestando contra o
prefeito Kassab -presente na
comemoração-, por conta do
aumento das tarifas de ônibus.
O público empolgou-se com
as canções mais conhecidas interpretadas pela banda, como
"Minha Menina", "Baby", "Ando Meio Desligado". Num primeiro bis, tocaram "Bat Macumba" e "Panis et Circenses".
Depois, voltaram e encerraram
com "Balada do Louco".
No início da noite, algumas
pessoas esperaram até 40 minutos nas filas para entrar no
parque. Havia três entradas, e,
em todas, era preciso passar
por revista da Polícia Militar.
Desde o final da tarde, a
maior parte das pessoas que estava na "fila do gargarejo"
aguardava com ansiedade os
Mutantes. Quem conseguiu colar na grade que separava o palco do gramado não arredou o pé
mesmo com a chuva, que começou às 14h e só parou às 16h10,
quando entrou a Nação.
"Cheguei às 13h15 e vim para
ver os Mutantes por causa da
história deles", disse Ana Paula
Santos, 21. "Vi um show dos
Mutantes em 1974", contou Zenaide Reggiani, 49, que acompanhava a filha Cecília, 23.
"Acho legal a Zélia [Duncan]
ser a nova cantora, pois ela
atende à minha geração e aos
jovens também. Todo mundo
aqui perto de mim diz que prefere a Zélia à Rita Lee", opinou
Reggiani, apontando para meninas que gritavam o nome da
nova vocalista dos Mutantes.
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