São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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Two Door Cinema Club faz "micareta indie" em festival

Banda da Irlanda do Norte vem ao Brasil para shows no Meca Festival, na praia de Atlântida (RS), e no Rio

Com músicas leves e alegres, grupo ganhou espaço não só nos palcos mas também em séries e videogames

CAROL NOGUEIRA
DE SÃO PAULO

Em outros Carnavais, o indie rock já foi pesado e triste. Mas, de alguns anos para cá, o gênero ganhou ares de "verão com amigos na praia".
Enquanto algumas bandas apostam em guitarras estridentes e frenéticas, como Foals, outras abraçam o afropop, como Vampire Weekend e Yeasayer.
Nesse cenário, não foi difícil associar o gênero a músicas mais leves e alegres. Pronto, estava cunhado o termo "micareta indie".
E se este fosse, de fato, um gênero, seu maior expoente seria a banda Two Door Cinema Club, que vem ao Brasil para duas apresentações.
Após lançar o single "Something Good Can Work" na internet, em 2009, a banda assinou com a badalada gravadora francesa Kitsuné.
Formada pelos músicos Sam Halliday (guitarra), Alex Trimble (vocal) e Kevin Baird (baixo), todos com 21 anos, a banda é uma das grandes sensações atuais.
Nos álbuns, a bateria é eletrônica, coisa que a banda faz questão de manter. Nas apresentações ao vivo, o grupo ganha um baterista: Shawn Costa.
Mesmo assim, o som do grupo ao vivo não sustenta grandes shows. Fica a sensação de que a banda em cima do palco é fraca -talvez pelo relativo pouco tempo de estrada ou pelo som feito para pequenos clubes, fato que transformou rapidamente as músicas da banda em hits das pistas.
A Folha conversou com a banda após o show no festival de Glastonbury, na Inglaterra, em junho passado.
Na época, o grupo havia acabado de lançar o álbum "Tourist History", no qual optaram por uma pegada eletrônica. "Gostamos, soa mais sofisticado", diz Baird.
De lá pra cá, a ascensão da banda foi meteórica. De shows em festivais ao redor do mundo a participações em séries da BBC e da MTV britânica, games e campanhas publicitárias.
"Não parece que foi tão rápido. No Glastonbury, percebemos a diferença quando voltamos e tocamos para 30 mil pessoas em vez de 30", diz Halliday.
Nada mal para uma banda que vem de um lugar "muito, muito pequeno", segundo eles -a Irlanda do Norte, país com pouco menos de 2 milhões de habitantes.
"Nós crescemos escutando as bandas de lá e começamos a achar que a ideia de formar uma banda parecia possível", diz Halliday.
O foco da banda, por enquanto, é fazer turnê. "Nós até escrevemos uma coisa ou outra de vez em quando, mas não chegamos a gravar", diz o vocalista Alex Trimble, o mais quieto dos três.
"Nós ainda queremos fazer mais shows. Só estivemos nos Estados Unidos algumas vezes, queremos ir mais para lá, é um lugar tão grande", diz Halliday.
Para o próximo álbum, a banda ainda não sabe o que esperar. "Vamos levando e deixar que o álbum se escreva sozinho", diz Baird.
O primeiro show do grupo é no novíssimo Meca Festival, na praia de Atlântida (RS), no sábado -o evento tem como atração principal o próprio Vampire Weekend.
O segundo show foi viabilizado pelo projeto "Queremos", que banca a verba por meio de cotas vendidas a fãs, e acontecerá no Circo Voador, no Rio, no domingo.
Desta vez, São Paulo ficou de fora. A Folha apurou que havia receio dos produtores de que, na capital paulista, o show competisse com o público do Vampire Weekend.


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