São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Coldplay encerra turnê sul-americana em SP

A banda se apresenta de hoje a quarta, no Via Funchal, em shows com ingressos esgotados; repertório é o disco "X&Y"

Em entrevista em Buenos Aires, Chris Martin disse estar "deprimido" com as comparações entre sua banda e outras, como Radiohead e U2

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Shows intimistas, ingressos esgotados, passeios turísticos, bom-mocismo no palco, briga com a imprensa. É esse o clima da atual turnê sul-americana do Coldplay, que será encerrada com os shows que a banda britânica faz entre hoje e quarta-feira no Via Funchal.
Popularíssimo no mundo todo -seu último disco, "X&Y", foi o mais vendido de 2005, ultrapassando as 8 milhões de cópias-, o Coldplay exigiu que as apresentações fossem realizadas em locais fechados, não muito grandes e que o público seja acomodado em cadeiras.
O resultado: a capacidade do Via Funchal diminuiu de 6.000 pessoas para 2.757 por dia, e as entradas evaporaram em menos de dois dias. Lugar menor, preço maior.
No Chile, Chris Martin ficou sabendo pela imprensa que o ingresso mais barato para assistir ao Coldplay custava cerca de um terço do salário mínimo chileno (curiosidade: o local onde ficavam as cadeiras perto do palco, mais caras, tinha o chique nome "VipTop"). O vocalista então pediu desculpas e, no dia seguinte, distribuiu 25 ingressos para fãs no hotel.
Diferentemente do que havia sido divulgado, não há músicas novas nos shows sul-americanos -as 16 ou 17 canções tocadas ao vivo são tiradas dos três álbuns do grupo: "X&Y", "A Rush of Blood to the Head" (2002) e "Parachutes" (00).

Neruda e U2
No Chile, a banda aproveitou para fazer turismo. À noite, bares e restaurantes. Em um dia, foram ao litoral do país e visitaram museu do poeta Pablo Neruda, em Valparaíso.
Marido da Gwyneth Paltrow, amigo de causas sociais, vegetariano e tido como exemplo de comportamento para os adolescentes ingleses, o vocalista do grupo, Chris Martin, ficou irritado com algumas perguntas de jornalistas e encerrou uma entrevista coletiva ocorrida na quinta, em Buenos Aires.
Martin não gostou de sua banda ter sido comparada a Radiohead, U2 e Echo and the Bunnymen e de saber que as apresentações no Chile, na semana anterior, ganharam críticas não muito boas em jornais locais. "O que foi que você leu? Onde? Quem disse isso?", rebateu o vocalista, sobre a crítica negativa, ao final da coletiva.
Sobre as comparações, ele falou em dois momentos: "Isso me deprime tanto... Você pode ser a maior banda do mundo, vender 50 milhões de discos, mas apenas uma pessoa consegue te deprimir..."; "Somos brancos e ocidentais, seria muito difícil sermos comparados a Destiny's Child. Crescemos ouvindo Radiohead e U2, Além disso, estamos começando. Fizemos apenas três discos. Acho que o próximo álbum será o que vai nos definir para as gerações seguintes".
O Coldplay chegaria ontem a São Paulo. A banda viaja ao México na próxima sexta-feira.


COLDPLAY
Quando:
de hoje a quarta, às 21h
Onde: Via Funchal (r. Funchal, 65, Vila Olimpia; tel. 3089-6999)
Quanto: ingressos esgotados


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