São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Trio gaúcho une pop e rock instrumental

Pata de Elefante lança o segundo CD, "Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha"

Trio teve de cancelar apresentação no festival texano South By Southwest em março por falta de tempo hábil para visto

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Pata de Elefante é nome de calça (daquelas que alargam acima do joelho) e de planta (que pode chegar a dez metros de altura). Mas nem a calça nem a planta foram inspiração para um trio gaúcho de rock.
"Queríamos um nome que tivesse um certo peso, pois nossos primeiros shows foram bem impactantes. E surgiu Pata de Elefante", diz o guitarrista e contrabaixista do grupo, Daniel Mossmann, 28 anos. Além dele, estão na banda o guitarrista e baixista Gabriel Guedes e o baterista Gustavo Telles.
Não, não faltou vocalista. A Pata de Elefante é um trio de rock instrumental, e não foi preciso letra para que suas canções chamassem atenção dos organizadores do festival South By Southwest, que acontecerá em março no Texas.
A Pata de Elefante foi convidada para se apresentar no evento, mas teve de cancelar a viagem no último final de semana, por não haver tempo suficiente para conseguir visto de trabalho para os EUA.
Sem um vocalista para concentrar os olhares do público, o apelo da Pata de Elefante fica todo em cima das melodias -diferentemente de outras bandas instrumentais, esse trio passa longe dos experimentalismos, calcadas na improvisação dos músicos. São composições em formato pop.
"As músicas têm introdução, versos, elas têm de manter o interesse do público. Não fazemos rock para ser ouvido apenas por músicos.
O que nos interessa é a melodia", afirma.
Esse caminho melódico ficou bem definido no segundo álbum da banda, "Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha", que saiu em dezembro pelo selo Monstro Discos. Suas músicas passeiam pelo folk, pela surf music, vão do rock clássico ao psicodélico. Há uma variação temática que só é possível porque os integrantes da banda contribuem com composições.
Formada no início de 2002, a Pata de Elefante aos poucos vence a resistência que existe contra o rock instrumental, com shows elogiados em festivais como Goiânia Noise (Goiânia) e Calango (Cuiabá). "Já notamos que dificulta o grupo não ter um vocalista.
Mas existe um mercado, as pessoas estão descobrindo que música instrumental não precisa ser chata. Não existe muita banda desse tipo no Brasil, e isso por um lado nos ajuda, nos diferencia."


PATA DE ELEFANTE
Artista:
Pata de Elefante
Lançamento: Monstro Discos
Quanto: R$ 18 (www.monstrodiscos.com.br)
Avaliação: bom


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