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Trio gaúcho une pop e rock instrumental
Pata de Elefante lança o segundo CD, "Um Olho no Fósforo, Outro na Fagulha"
Trio teve de cancelar apresentação no festival texano South By Southwest em março por falta de tempo hábil para visto
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Pata de Elefante é nome de
calça (daquelas que alargam
acima do joelho) e de planta
(que pode chegar a dez metros
de altura). Mas nem a calça
nem a planta foram inspiração
para um trio gaúcho de rock.
"Queríamos um nome que tivesse um certo peso, pois nossos primeiros shows foram
bem impactantes. E surgiu Pata
de Elefante", diz o guitarrista e
contrabaixista do grupo, Daniel
Mossmann, 28 anos. Além dele,
estão na banda o guitarrista e
baixista Gabriel Guedes e o baterista Gustavo Telles.
Não, não faltou vocalista. A
Pata de Elefante é um trio de
rock instrumental, e não foi
preciso letra para que suas canções chamassem atenção dos
organizadores do festival South
By Southwest, que acontecerá
em março no Texas.
A Pata de Elefante foi convidada para se apresentar no
evento, mas teve de cancelar a
viagem no último final de semana, por não haver tempo suficiente para conseguir visto de
trabalho para os EUA.
Sem um vocalista para concentrar os olhares do público, o
apelo da Pata de Elefante fica
todo em cima das melodias
-diferentemente de outras
bandas instrumentais, esse trio
passa longe dos experimentalismos, calcadas na improvisação dos músicos. São composições em formato pop.
"As músicas têm introdução,
versos, elas têm de manter o interesse do público. Não fazemos rock para ser ouvido apenas por músicos.
O que nos interessa é a melodia", afirma.
Esse caminho melódico ficou
bem definido no segundo álbum da banda, "Um Olho no
Fósforo, Outro na Fagulha",
que saiu em dezembro pelo selo
Monstro Discos. Suas músicas
passeiam pelo folk, pela surf
music, vão do rock clássico ao
psicodélico. Há uma variação
temática que só é possível porque os integrantes da banda
contribuem com composições.
Formada no início de 2002, a
Pata de Elefante aos poucos
vence a resistência que existe
contra o rock instrumental,
com shows elogiados em festivais como Goiânia Noise (Goiânia) e Calango (Cuiabá).
"Já notamos que dificulta o
grupo não ter um vocalista.
Mas existe um mercado, as pessoas estão descobrindo que
música instrumental não precisa ser chata. Não existe muita
banda desse tipo no Brasil, e isso por um lado nos ajuda, nos
diferencia."
PATA DE ELEFANTE
Artista: Pata de Elefante
Lançamento: Monstro Discos
Quanto: R$ 18 (www.monstrodiscos.com.br)
Avaliação: bom
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