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Melhor disco do ano
é de Lauryn Hill
PAULO VIEIRA
especial para a Folha
Lauryn Hill foi indicada em dez
categorias para o Grammy. Ganhou em cinco, uma delas "disco
do ano". Também ficou com três
setorizadas: "melhor disco de
rhythm & blues", "canção de r&b"
e "melhor performance vocal de
r&b". Levou ainda como "melhor
artista novo".
Quebrou assim o recorde de quatro Grammy de Carole King (por
"Tapestry", 1971), tornando-se a
artista feminina a conquistar o
maior número de Grammy numa
única edição.
Podemos desdenhar disso tudo,
assim como das 4 milhões de cópias já vendidas nos EUA de seu
"The Miseducation of Lauryn
Hill", o disco solo de estréia. Mas
Lauryn Hill, a vocalista dos Fugees,
produziu um disco consistente, especialmente para quem está enfronhada até a alma no mundo do rap.
Hill não se furtou a falar de si
própria no disco, como aliás fazem
outros rappers. Diferentemente,
não atribuiu a si superpoderes ou
uma índole beligerante. Fala como
uma mulher de pouco mais de 20
anos (tem 23), da decisão de ter o
filho Zion apesar das vozes contrárias, do fato de ter se tornado uma
"superstar do gueto" (embora isso
nada diga, porque "só Cristo foi
um superstar"). Também fala de
seu fraco por "homens manipuladores", da sua infância em Nova
Jersey.
Hill também sabe cantar, já o sabíamos desde os Fugees, mas ela
volta a expor esta outra diferença
no disco. Vocais dobrados, harmonias que sugerem Stevie Wonder,
reinterpretações do ídolo (e sogro)
Bob Marley, a combinação hiperdançante do rap com o r&b retrô
de "Doo Wop", faixa que puxou o
disco.
"The Miseducation" foi escolhido como melhor disco do ano por
várias publicações dos EUA, como
a "Spin", "Time" e "Entertainment
Weekly".
Sheryl Crow, outra ganhadora do
Grammy, disse anteontem: "Quero Lauryn Hill produzindo o meu
próximo disco".
A quem ainda não conhece, sugiro uma corrida, incontinenti, às lojas. "Miseducation", contra todos
os prognósticos, tem versão nacional, Sony Music.
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