São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Melhor disco do ano é de Lauryn Hill


PAULO VIEIRA
especial para a Folha

Lauryn Hill foi indicada em dez categorias para o Grammy. Ganhou em cinco, uma delas "disco do ano". Também ficou com três setorizadas: "melhor disco de rhythm & blues", "canção de r&b" e "melhor performance vocal de r&b". Levou ainda como "melhor artista novo".
Quebrou assim o recorde de quatro Grammy de Carole King (por "Tapestry", 1971), tornando-se a artista feminina a conquistar o maior número de Grammy numa única edição.
Podemos desdenhar disso tudo, assim como das 4 milhões de cópias já vendidas nos EUA de seu "The Miseducation of Lauryn Hill", o disco solo de estréia. Mas Lauryn Hill, a vocalista dos Fugees, produziu um disco consistente, especialmente para quem está enfronhada até a alma no mundo do rap.
Hill não se furtou a falar de si própria no disco, como aliás fazem outros rappers. Diferentemente, não atribuiu a si superpoderes ou uma índole beligerante. Fala como uma mulher de pouco mais de 20 anos (tem 23), da decisão de ter o filho Zion apesar das vozes contrárias, do fato de ter se tornado uma "superstar do gueto" (embora isso nada diga, porque "só Cristo foi um superstar"). Também fala de seu fraco por "homens manipuladores", da sua infância em Nova Jersey.
Hill também sabe cantar, já o sabíamos desde os Fugees, mas ela volta a expor esta outra diferença no disco. Vocais dobrados, harmonias que sugerem Stevie Wonder, reinterpretações do ídolo (e sogro) Bob Marley, a combinação hiperdançante do rap com o r&b retrô de "Doo Wop", faixa que puxou o disco.
"The Miseducation" foi escolhido como melhor disco do ano por várias publicações dos EUA, como a "Spin", "Time" e "Entertainment Weekly".
Sheryl Crow, outra ganhadora do Grammy, disse anteontem: "Quero Lauryn Hill produzindo o meu próximo disco".
A quem ainda não conhece, sugiro uma corrida, incontinenti, às lojas. "Miseducation", contra todos os prognósticos, tem versão nacional, Sony Music.


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