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MÚSICA
Valorizados no Skol Beats, DJs brasileiros preparam sets inéditos; Marky e Xerxes armam show com banda
O concreto vai rachar
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Em festival de música eletrônica, artista brasileiro é tratado como simples "escada" para artista
estrangeiro? O Skol Beats 2003,
hoje no Anhembi, em São Paulo,
dá sinais de que a situação não é
tão evidente como em festivais de
rock. Alguns dos principais DJs
nacionais do evento dizem acreditar que, em alguns casos, a situação até se inverte.
"Tudo é ditado pelo gosto do
público; em muitos casos, ele até
prefere um DJ brasileiro a um
gringo", diz o DJ Camilo Rocha,
atração do Outdoor Stage.
O mesmo palco trará o DJ mais
destacado da produção nacional,
Marky, e também um atrativo extra para quem se aventurar a chegar ao Skol Beats cedo.
No fim da tarde, Marky fará sua
primeira aparição no dia, ao lado
de Xerxes (ou XRS), em um inédito "live show".
"Não é live PA, que é bem menor do que o show com banda e
envolve menos instrumentos e recursos", diz Marky. "Vamos tocar
uns seis hits que a galera que nos
acompanha vai reconhecer, incluindo "LK" em versão surpresa."
Para ele, a parceria é natural.
"Sempre trabalhamos juntos;
acho que nossas características
[drum'n'bass" já se casam há um
bom tempo", diz Marky. "Os [DJs
brasileiros" que merecem estão
recebendo reconhecimento. Claro que isso leva tempo."
A idéia de parcerias -idéia da
organização- também é vista
com bons olhos por Camilo Rocha, que vai fazer um set com o DJ
Allex S. "É uma escolha que faz
sentido, uma vez que temos um
som [tecno e variantes" que se
completa", diz Rocha. "Será um
set com progressões, cada um vai
tocar durante meia hora; depois,
vamos intercalar as músicas."
O DJ brasileiro Murphy, que toca após o show dos ingleses do
808 State, afirma que os artistas
nacionais e internacionais estão
quase no mesmo nível. "[O reconhecimento] Não é tanto quanto
deveria, mas está quase lá. A tendência é melhorar", diz. No Skol
Beats, ele vai tocar com quatro
pick-ups. "As músicas ficam mais
intensas, mais preenchidas. O
problema é colocar uma música
errada e ela atropelar as outras. É
bem estressante", diz.
Quem destoa um pouco do discurso é Marcos Morcerf, que vai
tocar um set "que mistura breakbeat, funk, house e uma sonoridade mais negra" entre as apresentações do produtor holandês Junkie XL e dos ingleses do Stereo
MC's. "Temos [os brasileiros] o
respeito e o retorno do público.
Mas, no mercado brasileiro, ainda
não. Não se investe tanto, principalmente em house", diz Morcerf.
Quem fecha o Skol Beats, no
palco principal, é o mineiro Anderson Noise, para quem "a coisa
[a valorização dos DJs brasileiros"
está caminhando bem". "Acho
delicioso tocar no fim do festival.
A minha geração de DJs, os mais
velhos, adora tocar para um público mais variado."
Colaborou Thiago Ney, da Redação
Acompanhe a cobertura do Skol Beats na
Folha Online (www.folha.com.br/especial/2003/skolbeats)
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