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São Paulo, sábado, 26 de abril de 2003

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MÚSICA

Valorizados no Skol Beats, DJs brasileiros preparam sets inéditos; Marky e Xerxes armam show com banda

O concreto vai rachar

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Em festival de música eletrônica, artista brasileiro é tratado como simples "escada" para artista estrangeiro? O Skol Beats 2003, hoje no Anhembi, em São Paulo, dá sinais de que a situação não é tão evidente como em festivais de rock. Alguns dos principais DJs nacionais do evento dizem acreditar que, em alguns casos, a situação até se inverte.
"Tudo é ditado pelo gosto do público; em muitos casos, ele até prefere um DJ brasileiro a um gringo", diz o DJ Camilo Rocha, atração do Outdoor Stage.
O mesmo palco trará o DJ mais destacado da produção nacional, Marky, e também um atrativo extra para quem se aventurar a chegar ao Skol Beats cedo.
No fim da tarde, Marky fará sua primeira aparição no dia, ao lado de Xerxes (ou XRS), em um inédito "live show".
"Não é live PA, que é bem menor do que o show com banda e envolve menos instrumentos e recursos", diz Marky. "Vamos tocar uns seis hits que a galera que nos acompanha vai reconhecer, incluindo "LK" em versão surpresa."
Para ele, a parceria é natural. "Sempre trabalhamos juntos; acho que nossas características [drum'n'bass" já se casam há um bom tempo", diz Marky. "Os [DJs brasileiros" que merecem estão recebendo reconhecimento. Claro que isso leva tempo."
A idéia de parcerias -idéia da organização- também é vista com bons olhos por Camilo Rocha, que vai fazer um set com o DJ Allex S. "É uma escolha que faz sentido, uma vez que temos um som [tecno e variantes" que se completa", diz Rocha. "Será um set com progressões, cada um vai tocar durante meia hora; depois, vamos intercalar as músicas."
O DJ brasileiro Murphy, que toca após o show dos ingleses do 808 State, afirma que os artistas nacionais e internacionais estão quase no mesmo nível. "[O reconhecimento] Não é tanto quanto deveria, mas está quase lá. A tendência é melhorar", diz. No Skol Beats, ele vai tocar com quatro pick-ups. "As músicas ficam mais intensas, mais preenchidas. O problema é colocar uma música errada e ela atropelar as outras. É bem estressante", diz.
Quem destoa um pouco do discurso é Marcos Morcerf, que vai tocar um set "que mistura breakbeat, funk, house e uma sonoridade mais negra" entre as apresentações do produtor holandês Junkie XL e dos ingleses do Stereo MC's. "Temos [os brasileiros] o respeito e o retorno do público. Mas, no mercado brasileiro, ainda não. Não se investe tanto, principalmente em house", diz Morcerf.
Quem fecha o Skol Beats, no palco principal, é o mineiro Anderson Noise, para quem "a coisa [a valorização dos DJs brasileiros" está caminhando bem". "Acho delicioso tocar no fim do festival. A minha geração de DJs, os mais velhos, adora tocar para um público mais variado."


Colaborou Thiago Ney, da Redação


Acompanhe a cobertura do Skol Beats na Folha Online (www.folha.com.br/especial/2003/skolbeats)


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