São Paulo, terça, 26 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TEATRO
Folha promove hoje leitura da peça "A Leve", com Deborah Evelyn
Hamilton Vaz Pereira faz recriação do planeta Terra

BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local


O ciclo "Leituras de Teatro", promovido pela Folha, realiza hoje leitura da peça "A Leve - O Próximo Nome da Terra", de Hamilton Vaz Pereira, 46.
A peça trata do dia em que a Terra estará tão diferente, que o planeta precisará ser rebatizado, passando a se chamar "A Leve".
Participam da leitura os atores Deborah Evelyn, Evandro Mesquita, Lena Brito, Lígia Cortez, Orã Figueiredo, Miguel Magno e Paulinho Moska.
"A Leve" se passa na virada do milênio. Seus personagens são pessoas retiradas, espontaneamente ou não, da vida cotidiana.
Há uma vasta galeria de tipos bizarros entre os personagens, como Marlene, atriz de Pentesiléia, a Rainha das Amazonas, que é raptada e levada de seu apartamento em Nova York para a Grécia.
Há também Estefânia, Bacalhau da Noruega, uma menina estranha que cultiva um bigodinho e vive peregrinando pela Europa.
A peça traz, segundo o autor, referências à Grécia Antiga. Caso do personagem Werneck, o obstetra, que abandona as gestantes brasileiras e exila-se no Peloponésio, na Grécia, onde se torna um ferreiro.
Segundo o autor, a peça procura fazer uma recriação do cotidiano. "As relações familiares, amorosas e de trabalho são apresentadas de forma exacerbada, que faz com que fujam à banalidade", diz.
O espetáculo, que o autor desenvolve há três anos, estréia no segundo semestre em São Paulo.
Hamilton Vaz Pereira se celebrizou nos anos 70, quando criou o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, integrado, entre outros, pelos atores Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães.
Em 1976, o grupo encenou a peça "Trate-me Leão", que marcou época ao retratar, de forma irreverente e bem-humorada, as inquietações da juventude do período.
As peças de Pereira foram pioneiras em mesclar teatro e outras mídias. Ainda em 82, o espetáculo "A Farra da Terra", do Asdrúbal, já fazia uso de vídeo, além de utilizar músicas ao vivo e cenários criados por artistas plásticos.
Para a encenação de "A Leve" no segundo semestre, o autor pretende reintroduzir o uso do vídeo, ausente há muito de suas peças.
A leitura acontece no auditório da Folha (al. Barão de Limeira, 425), às 19h30. Reservas podem ser feitas, das 14h às 17h, pelo telefone (011) 224-3473.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.