São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2000 |
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Rainer recria imagens botânicas CARLOS ADRIANO ESPECIAL PARA A FOLHA "Os cientistas organizam os fenômenos enigmáticos da natureza num sistema racional. E eu transformo essas soluções lógicas em outro enigma." Assim Arnulf Rainer define suas "sobrepinturas" na exposição "À Sombra das Palmeiras", montada pelo Instituto Goethe, pelo MAC-USP e pelo governo austríaco. Nesta série de 93/99, o artista austríaco retrabalhou 30 pranchas do livro "Historia Naturalis Palmarum" (1823-50), de Carl F.P. von Martius. O botânico alemão (1794-1868) coletou 8.000 espécies de plantas quando viajou pelo Brasil (1817-1820). Ele dedicou sua vida ao estudo da vegetação daqui. Sua obra "Flora Brasileira" documenta 22.767 espécies. Rainer elabora a experiência mediada pelo olhar estrangeiro. As "sobrepinturas" estão enraizadas na pesquisa pictórica do inquieto e polêmico artista austríaco. Para ele, pintar em livros é uma "pesquisa e forma de conhecimento". As pinceladas povoam o papel e vibram na vertigem dos traços. Reapropriam-se do outro e transubstanciam a matéria em ato de convulsão. Diz Rainer: "Quadros devem ser vistos com rapidez e com concentração; só que é necessário repetir isso várias vezes com os mesmos quadros". Na intervenção intertextual, o procedimento não apaga a matriz, já que sobrepõe técnicas artísticas e estilos históricos, pois "talvez não existam quadros individualmente, mas só em contexto com outros quadros". Exposição: "À Sombra das Palmeiras", de Arnulf Rainer/Carl F.P. von Martius Onde: Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1.313) Quando: hoje, às 19h (para convidados); de hoje a 3/9, das 9h às 19h Quanto: entrada franca Texto Anterior: Arte sem limites Próximo Texto: "A Negra" se aproxima do "Caipira..." Índice |
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