São Paulo, domingo, 26 de junho de 2011

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Aparições de Bilu valorizam terras de fazenda em MS

DE SÃO PAULO

Em novembro de 2009, um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a desapropriação de 13 fazendas no município de Corguinho, Mato Grosso do Sul.
O território foi cedido a descendentes de quilombolas, que o reinvidicavam desde 1998, através da Fundação Cultural Palmares.
Parte dos proprietários, porém, rejeitou a indenização determinada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Dentre eles estava Urandir Fernandes de Oliveira, dono das fazendas Santa Terezinha I e do Projeto Portal.

DISPUTA JUDICIAL
Em janeiro de 2010, Oliveira impetrou um recurso, na Justiça Federal, pedindo a reintegração dos 625 hectares das duas fazendas dadas aos quilombolas (a área representa mais de 50% de suas terras).
O pedido foi indeferido.
No fim do ano, ele concordou com a ordem de desapropriação, desde que a indenização de R$ 295 mil fosse reavaliada. Pelos seus cálculos, o terreno vale 20 vezes mais.
A história coincide com a aparição do ET Bilu, que surgiu ao público em 2009 (ano do decreto presidencial) e alçou fama em 2010 (ano em que Oliveira demandou a reavaliação do valor).
O paranormal afirma que, de acordo com Bilu, "a desapropriação é bem-vinda", desde que diga respeito às partes não utilizadas da propriedade rural.
"O Bilu diz que podemos pegar o dinheiro e reinvestir", relata.
Oliveira conta ainda que a decisão de levar o caso à Justiça partiu do próprio alienígena. "Quando perguntei o que fazer, ele respondeu: "Procure os meios legais"."

VALORIZAÇÃO
Perguntado se o ET valorizou o terreno, Oliveira foi enfático: "Você não faz ideia. Quando cheguei, em 1998, o hectare custava R$ 250. Hoje, está em R$ 5 mil, e isso tem a ver com o Bilu".
Ele conta que, antes da aparição, o Projeto Portal era "apenas mais uma associação de pesquisas".
Hoje tem 2.000 associados e recebe 3.700 visitantes ao ano, de vários países. A arrecadação gira entre R$ 15 mil e R$ 50 mil mensais.
Mauro Jacob, coordenador do Serviço de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas, do Incra, qualifica o contato entre Oliveira e os descendentes como "bastante conflituoso".
Jacob conta que a relação entre as partes já incluiu a instauração de boletins de ocorrência e a interveniência do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
Oliveira confirma: "Movi um processo de R$ 480 mil na comarca de Rio Negro contra os quilombolas por danos materiais".
E reclama: "Quando o Bilu surgiu, o pessoal do Incra acelerou o processo de desapropriação". (RK)


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