São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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MÚSICA
Músico transformou seu show no JVC Jazz Festival numa festa carnavalesca, com participação de Marisa Monte
Carlinhos Brown põe Nova York para dançar

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
O músico Carlinhos Brown, que se apresentou anteontem em Nova York


CARLOS CALADO
enviado especial a Nova York

Uma aparição da cantora Marisa Monte encerrou em tom de surpresa o show de Carlinhos Brown no 27º JVC Jazz Festival, anteontem à noite, em Nova York.
Em evidente maioria na platéia do lotado Beacon Theater, os norte-americanos certamente entenderam muito pouco do aloprado idioma utilizado pelo cantor e percussionista, que misturou português, inglês e até italiano, mas foram conquistados rapidamente pela energia de sua música.
Com uma banda pesada, formada por 13 músicos e duas vocalistas, Brown abriu sua apresentação em ritmo frenético, com "Omelete Man" (faixa-título de seu segundo CD) e "Vitamina Ser".
Daí em diante, já com a maioria da platéia dançando, o músico baiano transformou o show em festa carnavalesca, como costuma fazer nas ruas de Salvador.
Além de cantar suas composições mais recentes ("Faraó", "Hawaii e You"), Brown surpreendeu a ala brasileira com versões inusitadas do forró "Coronel Antonio Bento" (de João do Vale) e da canção "João e Maria" (de seu sogro Chico Buarque).
Tocando vários instrumentos de percussão, guitarra e até um curioso mix de baixo e tambor, Brown corria de um lado para outro do palco, como se tentasse fazer uma apresentação de duas horas em apenas 60 minutos. Parece ter idéias demais para um único show. Assim, acaba desperdiçando boa parte delas.
Marisa Monte surgiu já no bis, logo depois de Brown ter feito a platéia pular muito ao som do funk "A Namorada". Juntos, os parceiros improvisaram "Water My Girl" e "Busy Man".
Quem abriu a noite, no Beacon Theater, foi a Manhattan Samba School -uma réplica precária de escola de samba, formada por nova-iorquinos e brasileiros radicados na cidade.
O grupo pode até soar simpático, quando desfila pelas ruas de Nova York, mas revelou-se amador e repetitivo num palco. Felizmente, a vibrante apresentação de Brown e sua banda conseguiu apagar a comprometedora impressão deixada pelo samba capenga da "escola" de Manhattan.


O jornalista Carlos Calado viajou a convite da JVC do Brasil.


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