São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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DA RUA
Algum lugar

FERNANDO BONASSI

Olavo deu pra pegar o carro nas horas mais estranhas. Veste-se bem, barbeia-se, penteia-se e sai sem desculpas, deixando todos alarmados. Vai a dez por hora até a esquina, onde vira cantando os pneus. Então, horas a fio passadas e repassadas pelas ruas desencapadas do bairro. Às vezes volta com enormes quantidades de suspiros, bibelôs de oferta ou jornais repetidos. Nada do que se tirar proveito. Nada que alguém tenha pedido. Aliás, não aceita encomendas. Três ou quatro tanques por semana é o mínimo de gasto com essa esquisitice. Nos últimos tempos, sua família tem implorado pra que fique, mas não adianta. Nem é o prejuízo ou medo de acidente... É mais a impressão de que ele não está conseguindo chegar a qualquer droga de lugar.


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