São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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Bandas trazem animação e romantismo

Alan Donohoe, do The Rakes, que mora com paulista, espera se divertir no país

Rakes vão privilegiar repertório do primeiro disco, com canções animadas; Magic Numbers traz rocks românticos ensolarados


DA REPORTAGEM LOCAL

Alan Donohoe, vocalista do The Rakes, é uma figura peculiar, e não apenas pelo visual magricelo que divide com os outros três companheiros de banda e que inspirou o nome do grupo -"rake" é ancinho, um instrumento de jardinagem.
Ele não revela a idade ("Estou nos meus misteriosos 20 e tais"), mas explica que há sete anos se tornou um vegan (que ele define como "um vegetariano melhorado", pois não consome nenhum produto de origem animal -nem leite ou ovos).
Neste ano, graças também a seu apreço pela moda e ao apuro de seu figurino, foi candidato do concurso "Vegetariano Mais Sexy 2007", da ONG protetora dos animais Peta.
Questionado pela Folha sobre o que espera da visita ao Brasil, Donohoe surpreende. "Eu divido um apartamento [em Londres] com uma cabeleireira paulista, então conheço um pouco do país, não é algo exótico e misterioso."
E como exatamente ele foi morar com uma brasileira? "Ela era namorada de um amigo meu, e eu gosto dos brasileiros, eles são muito mais alegres do que os ingleses", diz o vocalista, que também elogia os dotes culinários da moça. "Ela faz um feijão ótimo."
Sua companheira de casa, no entanto, não parece tê-lo iniciado na música do país. "Conheci o pessoal do Cansei de Ser Sexy há pouco, mas, além deles, só "Garota de Ipanema" e Sepultura", afirma.
Os Rakes estouraram no Reino Unido em 2005, com seu álbum de estréia, "Capture/ Release", e entraram no frenético circuito europeu de shows.
Após uma breve pausa para gravar o recém-lançado segundo álbum, a banda desacelerou, e Donohoe encara sua passagem por Rio e São Paulo quase como férias.
"Vamos ter uma semana de folga antes de irmos ao Brasil, e mesmo essa viagem, passar uma semana aí, não é exatamente trabalho duro."

Medo de avião
No repertório que apresentarão por aqui, os Rakes privilegiarão o primeiro disco, que inclui as animadas "22 Grand Job", "Strasbourg" e "Work, Work, Work (Pub, Pub, Pub)", mas também colocarão canções de "Ten New Messages", ainda inédito no país.
"As novas músicas se encaixam bem com as antigas, apesar de não serem tão rápidas."
Já os ingleses do The Magic Numbers vão tentar esquentar esta fria semana de São Paulo com seus ensolarados rocks românticos, influenciados pelo som hippie dos anos 60, pela soul music e pelo country.
O vocalista e guitarrista Romeo Stodart tem várias referências do Brasil, a começar pela tragédia em Congonhas no último dia 17.
"Vi as notícias sobre o acidente e achei muito, muito assustador. Não quero ficar pensando sobre isso", disse Stodart à Folha na semana passada.
Ele prefere pensar em música brasileira e diz adorar Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Gal Costa. "Conhece o disco "Transa" [Caetano, 1972]? É um álbum fantástico, adoro os arranjos, que são muito diferentes."
Segundo Stodart, a música brasileira foi uma influência indireta em seu mais recente CD, "Those the Brokes". "É um álbum mais soul, que tem mais groove." Apesar de ter apenas dois CDs na bagagem, o grupo chega ao Brasil com altos planos. "Acabamos de gravar um EP com seis músicas, mas agora queremos que nosso próximo álbum seja um clássico, já que estamos bem estabelecidos enquanto banda."
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO E BRUNO YUTAKA SAITO)


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