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Bandas trazem animação e romantismo
Alan Donohoe, do The Rakes, que mora
com paulista, espera se divertir no país
Rakes vão privilegiar
repertório do primeiro disco,
com canções animadas;
Magic Numbers traz rocks
românticos ensolarados
DA REPORTAGEM LOCAL
Alan Donohoe, vocalista do
The Rakes, é uma figura peculiar, e não apenas pelo visual
magricelo que divide com os
outros três companheiros de
banda e que inspirou o nome do
grupo -"rake" é ancinho, um
instrumento de jardinagem.
Ele não revela a idade ("Estou nos meus misteriosos 20 e
tais"), mas explica que há sete
anos se tornou um vegan (que
ele define como "um vegetariano melhorado", pois não consome nenhum produto de origem
animal -nem leite ou ovos).
Neste ano, graças também a
seu apreço pela moda e ao apuro de seu figurino, foi candidato
do concurso "Vegetariano Mais
Sexy 2007", da ONG protetora
dos animais Peta.
Questionado pela Folha sobre o que espera da visita ao
Brasil, Donohoe surpreende.
"Eu divido um apartamento
[em Londres] com uma cabeleireira paulista, então conheço
um pouco do país, não é algo
exótico e misterioso."
E como exatamente ele foi
morar com uma brasileira?
"Ela era namorada de um amigo meu, e eu gosto dos brasileiros, eles são muito mais alegres
do que os ingleses", diz o vocalista, que também elogia os dotes culinários da moça. "Ela faz
um feijão ótimo."
Sua companheira de casa, no
entanto, não parece tê-lo iniciado na música do país. "Conheci o pessoal do Cansei de
Ser Sexy há pouco, mas, além
deles, só "Garota de Ipanema" e
Sepultura", afirma.
Os Rakes estouraram no Reino Unido em 2005, com seu álbum de estréia, "Capture/
Release", e entraram no frenético circuito europeu de shows.
Após uma breve pausa para
gravar o recém-lançado segundo álbum, a banda desacelerou,
e Donohoe encara sua passagem por Rio e São Paulo quase
como férias.
"Vamos ter uma semana de
folga antes de irmos ao Brasil, e
mesmo essa viagem, passar
uma semana aí, não é exatamente trabalho duro."
Medo de avião
No repertório que apresentarão por aqui, os Rakes privilegiarão o primeiro disco, que inclui as animadas "22 Grand
Job", "Strasbourg" e "Work,
Work, Work (Pub, Pub, Pub)",
mas também colocarão canções de "Ten New Messages",
ainda inédito no país.
"As novas músicas se encaixam bem com as antigas, apesar de não serem tão rápidas."
Já os ingleses do The Magic
Numbers vão tentar esquentar
esta fria semana de São Paulo
com seus ensolarados rocks românticos, influenciados pelo
som hippie dos anos 60, pela
soul music e pelo country.
O vocalista e guitarrista
Romeo Stodart tem várias referências do Brasil, a começar pela tragédia em Congonhas no
último dia 17.
"Vi as notícias sobre o acidente e achei muito, muito assustador. Não quero ficar pensando sobre isso", disse Stodart
à Folha na semana passada.
Ele prefere pensar em música brasileira e diz adorar Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Gal
Costa. "Conhece o disco "Transa" [Caetano, 1972]? É um álbum fantástico, adoro os arranjos, que são muito diferentes."
Segundo Stodart, a música
brasileira foi uma influência
indireta em seu mais recente
CD, "Those the Brokes". "É um
álbum mais soul, que tem mais
groove." Apesar de ter apenas
dois CDs na bagagem, o grupo
chega ao Brasil com altos planos. "Acabamos de gravar um
EP com seis músicas, mas agora queremos que nosso próximo álbum seja um clássico, já
que estamos bem estabelecidos
enquanto banda."
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO E BRUNO YUTAKA SAITO)
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