|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELETRÔNICA
Kevin Saunderson, expoente de Detroit, se apresenta hoje no D-Edge; DJ italiano Marco Carola estará no Lov.e
Pioneiro do tecno mostra clássicos em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A segunda leva de Detroit está
vindo com Carl Craig no mês que
vem. Antes, amanhã, Kevin Saunderson, pioneiro do tecno como o
conhecemos hoje, se apresenta no
clube D-Edge, em São Paulo.
Saunderson, que já veio ao país
outras duas vezes, ganhou notoriedade nos anos 80 principalmente sob o nome Inner City,
projeto com o qual produziu clássicos máximos da eletrônica: "Big
Fun" e "Good Life".
"O projeto ficou parado por um
bom tempo, em que me dediquei
ao meu selo [KMS] e a outras produções. Mas voltamos a pouco
tempo, no ano passado, com o
single "Say Something'", disse à
Folha. Esta última faixa traz novamente a colaboração do produtor
com a vocalista Paris Gray.
Nos últimos anos, Saunderson
tem tocado como DJ em vários
países da Europa e da Ásia -nos
EUA, pouco. "A cena de Detroit
está crescendo, mas lentamente.
Não é fácil fazer com que os americanos ouçam tecno com regularidade. Mas temos o festival, que
dá um pouco de visibilidade."
O festival em questão é o Fuse-In, grande evento organizado
anualmente na cidade que já teve
Saunderson como curador. Hoje,
aos 42 anos, ele é mais um que se
rende ao pólo alemão. "Eles têm
mais gente que gosta de tecno por
lá, há muitos artistas, vários clubes bons, o mercado é forte."
Itália
"Realmente adoro o que aconteceu em Detroit, mas, musicalmente, não foi uma grande influência em meu estilo. Jeff Mills é
um grande nome, claro, e me influenciou bastante. Mas a música
de Detroit é baseada em melodia,
em cordas. Meu som é mais
funky, tribal." Assim se apresenta
o italiano Marco Carola, que inicia o fim de semana tecno de São
Paulo no clube Lov.e, hoje à noite.
E existe um tecno italiano?
"Sim, existe o "italian tecno". É
bem grooveado, com batidas
funk, mas não tão pesado quanto
o alemão. A Itália foi um grande
país produtor de eletrônica nos
anos 90 e me influenciou muito
mais do que a música de Detroit."
Para Carola, a Alemanha de Alter Ego é o centro a se observar.
"De certa forma, ali sempre foi a
capital do tecno. Nos EUA, não há
uma cena forte. Na Alemanha, a
eletrônica sempre foi atuante. Cada cidade ali tem seu próprio som,
seus próprios produtores. Eles
são mais importantes e completos
do que Detroit ou os EUA. Nada
de novo está vindo de Detroit. Há
os nomes já conhecidos, mas só."
Natural de Nápoles, Carola começou a tocar há 15 anos. Passou
pela house, pelo tecno pesado e,
agora, diz, está se voltando para o
minimalismo. "Acredito que seja
uma evolução. Comecei bem jovem, ouvia house italiana, mas
sempre gostei de tocar diferentes
estilos, um pouco de tudo. Mas,
por causa de minhas produções,
que costumam ser pesadas, fui rotulado de DJ de tecno pesado."
Carola é DJ técnico, costuma tocar com três toca-discos. "É uma
forma interessante de criar novas
texturas de canções, criar novas
combinações."
Hoje, ainda no tecno, há o francês Oxia no clube Manga Rosa.
(THIAGO NEY)
Marco Carola
Quando: hoje, às 23h30
Onde: Lov.e (r. Pequetita, 189,
São Paulo; tel. 0/xx/11/3044-1613)
Quanto: de R$ 15 a R$ 30
Oxia
Quando: hoje, às 23h30
Onde: Manga Rosa (pça. Soneto, 1.754,
São Paulo; tel. 0/xx/11/5507-3938)
Quanto: de R$ 20 a R$ 80
Kevin Saunderson
Quando: amanhã, às 23h30
Onde: D-Edge (al. Olga, 170, SP;
tel. 0/ xx/11/3666-9022)
Quanto: de R$ 40 a R$ 60
Texto Anterior: Alter Ego exibe vigor intenso da cena de Berlim Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|