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crítica
Alan Moore leva sexo a ícones infantis
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alan Moore é considerado um dos maiores
roteiristas de quadrinhos da atualidade. Quando
escreve, não busca apenas
uma boa história.
Foi ele quem iniciou a desconstrução do gênero dos super-heróis. Publicada de
1986 a 87, a minissérie
"Watchmen" apresentou
personagens que não eram
só bons ou só maus. Depois
de Moore, os super-heróis jamais seriam os mesmos.
Agora, Moore cria uma
história erótica em quadrinhos: "Lost Girls" (garotas
perdidas), homenagem aos
livros "Aventuras de Alice no
País das Maravilhas", "Alice
Através do Espelho", "Peter
Pan" e "O Mágico de Oz".
Muitos leitores poderão
dizer que não se trata de uma
homenagem, mas de ofensa:
a Alice, a Wendy e a Dorothy
desses livros são bem diferentes das que conhecemos.
A história começa quando
três senhoras se conhecem
em um hotel na Áustria de
1914. Elas ficam amigas, tornam-se amantes e confidenciam experiências sexuais.
O tornado que teria levado
Dorothy ao reino mágico de
Oz na verdade fez com que
ela se masturbasse pela primeira vez. Peter Pan, quando
conheceu Wendy, tirou a virgindade da menina enquanto
os irmãos dela masturbavam-se um ao outro. E Alice
foi estuprada pelo melhor
amigo do pai. As revelações
não param por aí: sexo oral,
surubas, sexo com animais.
Moore busca repetir o que
fez com os super-heróis:
quebrar tabus. Por isso optou por protagonistas que remetem à infância e à pureza.
Depois dele, a literatura erótica jamais será a mesma. Ao
menos é esse o objetivo.
LOST GIRLS
Autores: Alan Moore e Melinda Debbie
Editora: Top Shelf
Quanto: US$ 75 (R$ 161, em média, a caixa com os três volumes)
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