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CRÍTICA COMÉDIA
"Beto Rockfeller" lançou ideais de parte do cinema brasileiro atual
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Beto Rockfeller" (Canal
Brasil, 18h30, livre) é uma espécie de precursor de parte
do cinema brasileiro atual.
Feito em 1970, se apoiava no
êxito da novela de Braulio
Pedroso, que revolucionara a
TV pouco tempo antes.
Seu diretor e roteirista, Olivier Perroy, era dedicado ao
cinema publicitário. O ator
principal, Luis Gustavo, tinha feito o papel do pobretão
que usa a simpatia para se fazer passar por milionário.
O Brasil estava à beira do
chamado milagre econômico
e, ao mesmo tempo, sob férrea ditadura. O sucesso individual era cultivado: uma espécie de antídoto aos ideais
socialistas que rolavam sobretudo entre os jovens.
Visto na época, o filme parecia ambíguo e menos crítico que a novela. Talvez porque a busca do "bem feito",
esse ideal publicitário, se
destacasse. Por isso, a rever.
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